UIL

Italianos vão às urnas, na Emilia-Romagna e na Calabria

Os cidadãos italianos, residentes na Emilia-Romagna e na Calabria, são convidados a participar das eleições, neste domingo (26), que irão definir o novo Presidente e Conselho Regional, órgão legislativo, de cada uma das duas região. O resultado na Emilia-Romagna, apontam especialistas, caso haja uma derrota do PD, poderá encerrar antecipadamente o atual governo do premier Giuseppe Conte, na Itália.

As urnas foram abertas às 7h e serão fechadas às 23h (horário local, + 4 horas no Brasil). O voto não é obrigatório e aos eleitores basta apresentar, em sua seção eleitoral, um documento de identidade e o cartão eleitoral. A apuração terá início, imediatamente, após a conclusão das votações e a verificação do número de eleitores.

Em 2020, diversas regiões na Itália terão eleições regionais. No total, oito regiões serão convocadas para as urnas: Emilia-Romagna, Calabria, Veneto, Campania, Toscana, Ligúria, Marche e Puglia.

Emilia-Romagna

A lei eleitoral prevê a eleição direta do governador, ou seja, será eleito o candidato que obtiver um voto a mais do que o seu principal oponente, sem o instituto do segundo turno. O sistema eleitoral reserva um prêmio de maioria para garantir a governabilidade, no Conselho Regional: à lista, ou às listas, que apoiam o candidato mais votado, são reservadas 27 vagas, do total de 50.   

As eleições regionais anteriores, na Emilia-Romagna, ocorreram em 2014 e foram convocadas apóa a demissão antecipada do presidente Vasco Errani, investigado na operação “Terremerse" (que terminou com uma absolvição final). Houve uma baixa participação, 37,71% (contra 68% das consultas de 2010). O governador eleito foi o candidato do PD, Stefano Bonaccini.

Candidatos

Sete nomes, apoiados por 17 listas, são candidatos à presidência da Região Emilia-Romagna, que possui cerca de 3,5 milhões de eleitores e um total de 4.520 seções eleitorais. 

Em apoio ao democrata Stefano Bonaccini, concorrendo ao segundo mandato, há o PD, Bonaccini Presidente, + Europa, Europa Verde, Emilia-Romagna Coraggiosa e Volt. Pela centro-direita Lucia Borgonzoni, há a Lega, Borgonzoni Presidente, Giorgia Meloni - Fratelli d'Italia, Forza Itália, Giovani e Ambiente. Cambiamo - Il Popolo della Famiglia. Depois, Simone Benini, com o Movimento 5 Stelle; Stefano Lugli, com L'Altra Emilia-Romagna; Marta Collot, com Potere al Popolo; Laura Bergamini, com o Partito Comunista;  Domenico Battaglia, 3V-Vaccini Vogliamo Verità.. 

O destaque do pleito fica por conta do confronto entre os candidatos de centro-direita, Lucia Borgonzoni, da Lega, e a de centro-esquerda, o democrata Stefano Bonaccini, que aparecem, praticamente, empatados, em pesquisas divulgadas pela imprensa italiana, com uma margem bastante apertada. 

Também devido à história da região, as eleições em Emilia-Romanha são consideradas mais importantes, principalmente para o futuro do Partido Democrata e, portanto, indiretamente, para o governo, e por isso atraem mais atenção. Muitos, por exemplo, especularam que uma clara derrota da esquerda poderia levar à renúncia do secretário do PD, Nicola Zingaretti, ou mesmo à queda do governo. No entanto, o Partido Democrata e vários funcionários do governo negaram que as eleições em Emilia-Romagna possam ter efeitos tão significativos. No entanto, essas garantias não convenceram a todos e, no caso de uma derrota séria, é provável que exista muito descontentamento, na maioria que apoia o governo.

Presença dos eleitores nas urnas

Às 12 horas de hoje (horário local),  23,44%  dos eleitores compareceram às urnas, contra 10,77% das eleições anteriores. Na Bolonha, no mesmo horário, 75.344 cidadãos votaram, o equivalente a 24,7% do total. O número de eleitores, no município, é de 304.243 pessoas, das quais 143.577 do sexo masculino e 160.666 do sexo feminino. A próxima pesquisa abordará os dados de comparecimento às 19h (15h horário no Brasil).

Calabria

O número de conselheiros regionais a serem eleitos é 30, mais o presidente - vence o candidato que obtiver o maior número de votos válidos - como na Emilia-Romagna, não há segundo turno. As vagas são distribuídas às listas que superam os 4% e as coalizões de listas que superam os 8% de votos. O prêmio de maioria para a  lista ou listas que apoiam o candidato vencedor é de 16 assentos (55% do total). 

A lei eleitoral não prevê o vot em separado; existe apenas uma preferência para um candidato a conselheiro regional, uma cruz somente na lista, apenas no nome do candidato a presidente ou em ambos (diferente do que ocorre na Emilia-Romagna).

Juntamente com o novo Presidente da Região, os eleitores calabreses elegerão os 30 conselheiros regionais, entre quatro candidatos: a deputada da Forza Italia, Jole Santelli, com a a coalizão de centro-direita, apoiada por Forza Italia, Lega, Fratelli d'Italia, Sabtelli Presidente, Casa delle Libertà, UDC. Na centro-esquerda, Pippo Callipo, apoiado pelo Partido Democrata, Resto in Calábria e Democratici e Progressisti. Ainda, Francesco Aiello, com o Movimento 5 Stelle, Calabria Civica, e Carlo Tansi, com Tesoro Calabria, Calabria Libera, Calabria Pulita.

Segundo o censo de junho de 2019, o número de eleitores é de 1.909,58, dos quais 934.483 homens e 975.100 mulheres. As seções configuradas são 2.419.