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Italianos querem exportar frutas do Rio de Janeiro para a Europa

O inverno europeu poderá ganhar sabores tropicais a partir do final deste ano com a chegada de frutas produzidas no Estado do Rio de Janeiro. Empresários da Fructa Nova, empresa italiana distribuidora de frutas com sede na Bologna, estão visitando áreas de produção no interior fluminense, na companhia de técnicos da Secretaria estadual de Agricultura. O grupo veio conhecer o potencial das lavouras de limão Taiti e abacaxi, visando à exportação de frutas de mesa para os mercados da Itália e Europa em geral.

Segundo o subsecretário de Agricultura, Alberto Mofati, que participou das primeiras negociações com a empresa, em maio último, na Itália, é intenção dos importadores a formação de uma joint venture com uma associação de fruticultores da Região das Baixadas Litorâneas para a instalação de uma central de pós-colheita para processamento dos produtos.

– Essa unidade vai garantir a apresentação e qualidade dos frutos para atendimento das exigências do mercado internacional – explica.

De acordo com Andrea Ortu, Diretor Executivo da Fructa Nova, que já importa limão, de São Paulo, e abacaxi, do Nordeste, a iniciativa de associação com a organização de produtores faz parte de um projeto-piloto que a empresa pretende implantar em outras bases de relacionamento comercial.

– Vamos construir junto com os produtores a modelagem para a exportação de produtos para o mercado internacional, trazendo o nosso know-how e, se necessário, equipamentos para o preparo das frutas. Com isso, estaremos contribuindo para o crescimento e fortalecimento desses agricultores.

Essa forma de relação com o produtor colabora para o enquadramento da empresa no conceito de “Mercado Justo”, muito valorizado no comércio europeu e que facilita a comercialização do produto.

A expectativa dos empresários é de que até o final deste ano, tenha início a remessa das frutas fluminenses para a Itália. A previsão é do envio semanal de 600 toneladas, num investimento equivalente a 300 mil euros por semana. O executivo ressaltou que o período de dezembro a março é a melhor época para a entrada das frutas tropicais no continente europeu, uma vez que coincide com a entressafra da produção local.

A recepção dos produtos seria feita diretamente na Bologna, considerada a vitrine do agronegócio na Itália e uma das principais regiões produtoras de frutas naquele país.

O subsecretário Alberto Mofati acrescentou que, com a evolução dos negócios, o grupo italiano tem interesse em ampliar o leque de opções de compras no Rio de Janeiro, acrescentando coco verde, melão e melancia. As duas últimas ainda sem produção significativa no estado, mas com potencial para se desenvolver em solo fluminense.

Além das áreas de produção em Araruama, Rio Bonito, Tanguá, São João da Barra, e São Francisco do Itabapoana, a agenda da comitiva incluiu ainda visita ao terminal de containers dos portos do Rio de Janeiro e Itaguaí e ao Mercado da Ceasa, em Irajá.