UIL

O verdadeiro patriotismo

O governo italiano escolheu o caminho do nacionalismo, não do patriotismo.

Por Fabio Porta

Para nós, italianos no exterior, a palavra e o conceito de “pátria” sempre evocaram o vínculo muito forte com a Itália, vínculo que – já dissemos ou ouvimos dizer muitas vezes – às vezes está vivo e presente entre aqueles que vivem longe do nosso país com uma maior profundidade do que aqueles que continuam a viver dentro das fronteiras nacionais.

A palavra “pátria”, de fato, é carregada de um evidente componente emocional, deriva da língua latina e significa literalmente “a terra dos pais”, com um claro significado emocional e não apenas formal ou geográfico. Ao longo dos séculos, e especialmente durante a página mais negra da história italiana, a palavra “pátria” foi distorcida, ou seja, usada de forma indevida, com uma caracterização étnica imposta por um regime autoritário. Hoje, felizmente, voltamos a usar este termo de forma adequada e com pleno espírito constitucional; isso é claramente demonstrado pelo discurso que o Presidente da República Sergio Mattarella dirigiu “aos que estão na Itália e aos italianos que estão no exterior”.

O Presidente não fala de “nação”, mas de “pátria”, ou melhor, de patriotismo. E, referindo-se àqueles que amam a Itália mesmo não tendo nascido na Itália, diz que «o patriotismo é também daquele que, tendo origens em outros países, ama a Itália, faz seus os seus valores constitucionais e as suas leis, vive intensamente o seu cotidiano e, com seu trabalho e sua sensibilidade, torna-se parte dela e contribui para enriquecer nossa comunidade".

Comentando essas palavras, o cientista político Sergio Fabbrini, diretor da LUISS de Roma, escreveu que “não é a pele branca, nem a fé católica, nem o conhecimento de Dante que nos torna italianos. Somos italianos porque honramos os valores constitucionais e a legalidade republicana, respeitando a dignidade de cada pessoa que vive em nosso país, independentemente de suas características físicas e culturais".

Estas são palavras que poderíamos facilmente estender a milhões de italianos ao redor do mundo e, em particular, às gerações de italianos nascidos no exterior de pais de origem italiana. Em outras palavras, é o conceito de “italicità” ao qual o próprio Presidente Mattarella se referiu em diversas ocasiões, equiparando nossas grandes comunidades italianas no exterior às comunidades cada vez maiores de estrangeiros que imigraram para a Itália.

Um conceito que em algumas ocasiões defini como “cidadania universal”, fundada precisamente mais na pertença e no reconhecimento de valores linguísticos, sociais e culturais do que em critérios e definições assépticas e automáticas.

É desta nova Itália e destes “patriotas” que precisamos, para contrariar ao mesmo tempo a ascensão ou o recrudescimento de um nacionalismo estúpido e obtuso, mas também o aperto do inverno demográfico que com o despovoamento das áreas internas está a decretar o anunciado morte de um país que precisa desesperadamente de novos recursos humanos.

O general francês Charles De Gaulle gostava de dizer que “patriotismo é amor ao próprio país, nacionalismo é ódio aos outros países”. Algumas escolhas recentes feitas pelo governo italiano foram incompreensivelmente igualmente duras contra emigrantes e imigrantes, confirmando uma visão geralmente “nacionalista” e não “patriótica” do Estado. Esperemos que esta atitude, que além de errada é sobretudo nociva (se não mesmo masoquista), possa mudar antes que seja tarde demais; esperamos que sim, no interesse da Itália e do futuro do nosso país.

Fabio Porta é deputado na Câmara dos Deputados da Itália, eleito pela América do Sul, coordenador do Partito Democratico (PD) na América do Sul; Presidente do grupo parlamentar "Amizade Itália-Brasil da União Interparlamentar e do Intergrupo Expo 2030". Preside a Associazione Amicizia Italia-Brasile (Roma – Itália); é vice-presidente do Istituto per la Cooperazione con Paesi Esteri - ICPE (Bari – Itália) e da Associação Focus Europe (Londres – Reino Unido). É autor de numerosos artigos e publicações, em jornais italianos e estrangeiros.

https://www.fabioporta.com.br/ - contato@fabioporta.com

Il vero patriottismo

Il governo italiano ha scelto la via del nazionalismo, non del patriottismo.

Di Fabio Porta

Per noi italiani all’estero la parola e il concetto di “patria” hanno sempre evocato il fortissimo legame con l’Italia, un legame che – lo abbiamo detto o sentito dire tante volte – a volte è vivo e presente tra coloro che vivono lontano dal nostro Paese con una maggiore profondità di quello di chi continua a vivere all’interno dei confini nazionali. 

La parola “patria”, infatti, è carica di una componente emotiva evidente, deriva dalla lingua latina e vuole letteralmente dire “la terra dei padri”, con una chiara accezione affettiva e non solo formale o geografica. Nel corso dei secoli, e soprattutto durante la pagina più buia della storia d’Italia, la parola “patria” è stata distorta, ossia utilizzata in maniera impropria, con una caratterizzazione etnica imposta da un regime autoritario. Oggi, fortunatamente, stiamo tornando ad usare questo termine in maniera appropriata e nel pieno spirito costituzionale; lo dimostra chiaramente il discorso che il Presidente della Repubblica Sergio Mattarella ha rivolto “a chi si trova in Italia e agli italiani che sono all’estero.” 

Il Presidente non parla di “nazione” ma di “patria”, anzi di patriottismo. E, riferendosi a quanti amano l’Italia pur non essendo nati in Italia dice che “«è patriottismo (anche) quello di chi, con origini in altri Paesi, ama l’Italia, ne fa propri i valori costituzionali e le leggi, ne vive appieno la quotidianità, e con il suo lavoro e con la sua sensibilità ne diventa parte e contribuisce ad arricchire la nostra comunità». 

A commento di queste parole, il politologo Sergio Fabbrini, Direttore della LUISS di Roma, ha scritto che “non è la pelle bianca o la fede cattolica o la conoscenza di Dante che ci rende italiani. Siamo italiani perché onoriamo i valori costituzionali e la legalità repubblicana, rispettando la dignità di ogni persona che vive nel nostro Paese, a prescindere dalle sue caratteristiche fisiche e culturali”. 

Sono parole che potremmo tranquillamente estendere a milioni di italiani nel mondo e in particolare alle generazioni di italiani nati all’estero da genitori di origine italiana. È in altre parole il concetto di “italicità” al quale lo stesso Presidente Mattarella si è riferito in più occasioni, accomunando le nostre grandi collettività italiane all’estero con le sempre più numerose comunità di stranieri immigrate in Italia. 

Un concetto che io ho in alcune occasioni definito “cittadinanza universale”, fondata appunto più sull’appartenenza e sul riconoscimento di valori linguistici, sociali e culturali che su criteri e definizioni asettiche e automatiche. 

È di questa nuova Italia e di questi “patrioti” che abbiamo bisogno, per contrastare allo stesso tempo l’insorgere o la recrudescenza di un nazionalismo stupido e ottuso ma anche la tenaglia dell’inverno demografico che con lo spopolamento delle aree interne sta decretando la morte annunciata di un Paese che ha una necessità disperata di nuove risorse umane. 

Il generale francese Charles De Gaulle amava dire che «il patriottismo è l’amore per il proprio paese, il nazionalismo è l’odio per gli altri paesi». Alcune recenti scelte del governo italiano si sono incomprensibilmente accanite in uguale misura contro emigrati e immigrati, confermando una visione tendenzialmente “nazionalista” e non “patriottica” dello Stato. Speriamo che questo atteggiamento, che oltre ad essere sbagliato è soprattutto dannoso (se non masochista), possa cambiare prima che sia troppo tardi; lo speriamo nell’interesse dell’Italia e del futuro della nostra patria.

Fabio Porta  è deputato eletto perl'America Meridionale alla Camera dei Deputati d'Italia; Coordinatore del Partito Democratico (DP) in Sud America; presidente del gruppo parlamentare "Amicizia Italia-Brasile dell’Unione Interparlamentare e dell’Integruppo Expo 2030. È presidente dell’Associazione di Amicizia Italia-Brasile e dell'Associazione di Amicizia Italo Latinoamericana; vice Presidente dell’ICPE (Istituto per la Cooperazione con i Paesi Esteri) e vice Presidente dell’Associazione Focus Europe. Autore di numerose pubblicazioni e articoli per giornali italiani e stranieri.

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