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Sobrenomes italianos: Os primeiros imigrantes no ES

O Dia Nacional do Imigrante Italiano, comemorado em 21 de fevereiro, foi instituído em 2008, por iniciativa do então senador e ex-governador do Espírito Santo, Gerson Camata (Lei Federal 11.687, de 2 de junho de 2008).  A data escolhida é uma homenagem à expedição de Pietro Tabacchi ao Espírito Santo, em 1874, evento que ficou marcado como o início do processo de imigração italiana em massa para o Brasil.

O estado do Espírito Santo recebeu a primeira leva de imigrantes italianos, no século XIX, o que deu início ao grande fluxo emigratório italiano para o Brasil.

Panorâmica da comunidade de Prosperidade, Vargem Alta (ES) por volta da década de 1940. Foto: Arquivo Público do Estado do ES

 Embora a homenagem seja realizada no dia 21, foi em 17 de fevereiro de 1874 que o navio à vela “La Sofia” atracou, no porto de Vitória, trazendo a bordo 388 camponeses, originários do Trentino-Alto Ádige e do Vêneto. Os trabalhadores e famílias foram contratados por um empreendedor privado, Pietro Tabacchi, da Fazenda das Palmas, em Aracruz, no interior do ES.

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Poucos meses após a chegada, parte dos imigrantes foi transferida para o Núcleo de Timbuhy, atual município de Santa Teresa. A cidade foi reconhecida, oficialmente, como pioneira da imigração italiana no Brasil, conforme a Lei nº 13.617, de 11 janeiro de 2018, de autoria do Deputado capixaba Sérgio Vidigal.

Povoação de Santa Teresa, sede do Núcleo Colonial do Timbuhy. As primeiras famílias oriundas da Itália que ocuparam a região fizeram parte da Expedição Tabacchi, em fevereiro de 1874. Foto: Albert Richard Dietze, cir. 1874. Acervo Coleção Theresa Cristina Maria, Biblioteca Nacional.

A partir daquele momento e durante vários anos, o governo do Rio de Janeiro passou a estimular e financiar a imigração italiana, com base no Decreto das Colônias, Nº 3.784, de 19 de janeiro de 1867e no contrato com Joaquim Caetano Pinto Junior, acordado para  introduzir no Brasil cem mil imigrantes, em um prazo de dez anos.

Aos poucos, os imigrantes abriam espaço por entre as florestas do interior capixaba fundando novos povoados e cidades. Em um plano mais elevado a igrejinha, símbolo da religiosidade e do espírito comunitário. A família, quase imperceptível na imagem, reúne-se em frente à casa para deixar registrada, às gerações futuras, um panorama que retrata os primeiros anos da vila de São Paulo de Aracê, em Domingos Martins (ES). Foto do início do séc. XX. Acervo Projeto RECIES

Sobrenomes de imigrantes italianos

O “Projeto Imigrantes Espírito Santo”, criado e desenvolvido pelo Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, a partir de 1995, reúne 36.000 nomes e sobrenomes de imigrantes italianos no Espírito Santo. A sua base de dados foi desenvolvida a partir do cruzamento de informações obtidas, principalmente, nos documentos sob a guarda do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo - APEES, tais como: relações de embarque de passageiros nos navios e desembarque nos portos de destino; listas de entrada e saída das hospedarias; passaportes; matrículas e recenseamentos das colônias agrícolas, dentre outros documentos da instituição, além das listas de desembarque no porto do Rio de Janeiro fornecidas ao APEES, em cópias de microfilmes, pelo Arquivo Nacional. 

Beneficiamento do trigo após a colheita. Venda Nova do Imigrante, 1938. Acervo APEES.

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O APEES fornece aos interessados o Registro de Entrada de Imigrante, que é um relatório impresso contendo todos os dados, de cada imigrante, catalogados pelo projeto. O documento tem por objetivo fornecer informações genealógicas resultantes do cruzamento de dados disponíveis em diversas fontes documentais.