Italiana libertada informou "morte" de brasileiro, diz France Presse
A jornalista italiana Giuliana Sgrena, seqüestrada no Iraque por um mês e libertada na última sexta-feira (4), é apontada como a possível responsável pela informação de que o engenheiro brasileiro João José Vasconcellos, 50, teria sido assassinado.
Segundo a agência de notícias France Presse, ela teria sido informada da morte do engenheiro pelo grupo que a seqüestrou. A notícia sobre a morte do brasileiro foi divulgada inicialmente pela agência italiana Ansa, que a atribuiu apenas a "uma fonte em Bagdá".
O Itamaraty divulgou uma nota à imprensa neste sábado afirmando que tomou conhecimento da notícia. Segundo o ministério, o embaixador brasileiro para o Oriente Médio, Affonso Celso de Ouro-Preto, vai apurar a veracidade da informação, assim como a Embaixada do Brasil em Roma.
Ainda segundo a nota, o governo brasileiro mantém a esperança de que o engenheiro esteja vivo e "renova o apelo aos seqüestradores para que permitam, sobretudo à família, ter conhecimento da sua real situação".
Família
A família do engenheiro, que mora em Juiz de Fora, também foi informada sobre a sua suposta morte neste sábado. "Ficamos sabendo pela imprensa, mas ninguém confirma nada", afirmou neste sábado à Folha Online a irmã do engenheiro, Isabel Cristina.
"O Itamaraty nos disse que está tentando descobrir mais detalhes. Só que esta não é a primeira vez que ouvimos coisas do tipo. Já nos chegaram notícias de que ele estava muito ferido, pouco ferido, doente", diz
Segundo Isabel, a família também já conversou hoje com o embaixador do Brasil em Roma, o ex-presidente Itamar Franco. "Ele nos disse que entrou em contato com essa agência [Ansa], mas não conseguiu informações novas", afirmou ela.
Seqüestro
João Vasconcellos trabalhava no Iraque na construção de uma usina elétrica pela construtora Norberto Odebrecht. Ele desapareceu quando radicais islâmicos atacaram o veículo em que viajava perto da cidade de Baiji, a 180 quilômetros de Bagdá.
A ação conjunta foi reivindicada pelos grupos Brigadas Mujahidin e Exército de Ansar al Sunna. No dia em que o brasileiro desapareceu, os dois funcionários da Janusian que o acompanhavam, um britânico e um iraquiano, foram mortos por rebeldes.
Três dias depois de seu desaparecimento, a Al Jazira exibiu um vídeo [sem áudio] em que rebeldes mostravam sua carteira de mergulhador e algumas cédulas de reais, mas em nenhum momento foram divulgadas imagens do engenheiro.
Até hoje, nenhum pedido de resgate foi feito à família, à Odebrecht ou ao governo brasileiro, que tenta libertá-lo por meio de sua embaixada na Jordânia.
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