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Jornalistas desaparecidos no Iraque preocupam imprensa italiana

A Federação Nacional da Imprensa Italiana (FNSI) manifestou hoje, segunda-feira, sua preocupação com a falta de notícias de três jornalistas ocidentais desaparecidos no Iraque, entre eles o italiano Enzo Baldoni, de quem não se tem informações desde quinta-feira.
"O ocorrido mais uma vez nos leva a analisar as condições de alto risco nas quais trabalham os correspondentes, (...) que renunciam às medidas de segurança para estar presente nos fatos", diz o presidente da FNSI, Franco Siddi, em um comunicado.

Baldoni, de 56 anos e colaborador do jornal "Diário", deixou de se comunicar com a publicação e sua família há quatro dias, quando se encontrava nos arredores da cidade de Najaf.

Seu desaparecimento fez surgir o medo de que tenha sido seqüestrado, especialmente depois que foi encontrado um corpo, supostamente de seu intérprete, nas proximidades de Najaf.

O diretor do "Diário", Enrico Deaglio, destacou hoje que "oficialmente, falta o reconhecimento" de que o corpo é do guia de Baldoni, mas "por fotos e outros elementos, como a roupa, se suspeita que se trate dele".

Deaglio disse que, por enquanto, continua sem ter notícias do repórter desaparecido.

Também estão em paradeiro desconhecido desde quinta-feira os franceses Christian Chesnot, colaborador da Rádio França Internacional, e Georges Malbrunot, enviado especial do jornal "Le Figaro", que tinham comunicado sua intenção de viajar de Bagdá para Najaf.

Para o presidente da FNSI, esses fatos tornam necessária "uma reflexão mais profunda, também por parte dos editores, sobre as condições dos contratos" dos jornalistas.

Siddi reconhece que "a situação é objetivamente difícil", mas especifica que foi se consolidou "a preocupação da comunidade internacional com a segurança dos jornalistas em uma das áreas mais assoladas pela violência no mundo".

Por outro lado, ele lembra às forças militares e às milícias islâmicas iraquianas que os jornalistas "não são parte do conflito nem expressão das políticas internacionais de seus países".