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Cidadania italiana: o primeiro passo*

A obtenção da Cidadania Italiana é viável e fácil, porém, quando pedimos pela primeira vez informações e recebemos do consulado a lista de documentos, levamos um susto. São muitos documentos e torna-se difícil distinguir, dentre estes, quais os mais importantes e como devemos fazer para, poupando tempo e dinheiro, chegarmos à finalização do processo.

Apesar das dúvidas, existe uma condição básica, segundo os consulados italianos, para começar um processo: antes de iniciar o recolhimento dos documentos necessários, é indispensável conhecer exatamente o local de nascimento, na Itália, do antepassado que poderia transmitir a cidadania italiana.

Às vezes, descobrir a origem do antepassado é muito difícil, pois não basta apenas saber a Província ou Região (Estado) de origem. O distanciamento do país de origem, o isolamento das colônias italianas no interior das regiões, a simplicidade dos imigrantes, em grande parte analfabetos, as perseguições durante a 2ª Guerra Mundial - que os fazia esconder documentos -, e outros fatores, tornam difícil a estrada do retorno.

A cidadania merece ser tratada não somente como processo burocrático, mas como um trajeto pessoal de busca da própria identidade étnica e cultural.

Uma das fontes básicas e diretas da informação é a família.

A base da tradição italiana é a família. Ela é a sua fonte principal de informações. Peça, em primeiro lugar, o auxílio dos parentes mais idosos e também contate os ramos afastados da família. Nestes contatos poderá descobrir se alguém já pesquisou ou se existem documentos guardados – é comum ter passaportes, certidões, santinhos de velório, cartas e outros. Aos idosos, peça-lhes que contem histórias de família, antigos hábitos alimentares e culturais, devoções religiosas, referências a localidades ou acidentes geográficos.

Tudo isto poderá ajudar a reconstruir sua história. Lembre que, se algum parente já tiver feito o processo de cidadania, você encurta o seu processo, usando como base os antepassados comuns que já tiverem tido os documentos entregues no consulado. Quando conversar com a família, tente montar de forma simples a árvore genealógica. Para fazê-lo pergunte o nome completo, filiação, local e data de nascimento, casamento e óbito de cada um dos que compõem sua linha de descendência.

*Por Claudia Antonini, mestre em Relações Públicas Européias, tradutora e especialista em processos para o reconhecimento da cidadania italiana. E-mail: citalia@terra.com.br