Europeus preferem ser empregados a chefes, diz pesquisa
Metade dos europeus prefere ser empregado (50%) contra 45% que gostariam de ser seu próprio chefe, mas entre os 25 países são observadas grandes diferenças segundo os dados de uma pesquisa publicada nesta segunda-feira pela Comissão Européia.
Os europeus estão menos interessados que os americanos (61%) em criar sua própria empresa. Nos EUA, aumentou o número de pessoas que querem ser seu próprio chefe (59% em 2003 contra 61% em 2004), na UE diminuiu (47% em relação a 45%), mas é preciso considerar que esta é a primeira vez que são incluídos dados dos dez novos países membros.
Dentro da UE existem grandes diferenças, explicaram fontes da União Européia, e o desejo de ser empresário está mais marcado no sul da UE que no norte, mas o fato de manifestar essa intenção não significa transformar isso em realidade.
Desta forma, Portugal é o país da UE15 onde mais pessoas querem ser seu próprio chefe (62%), seguido por Irlanda (58%), Espanha (56%), Itália (55%) e Grécia (52%), frente à Finlândia (28%) e Holanda (33%).
Entre os dez novos membros da UE, os cipriotas são os que têm maior espírito empresarial (56%), seguidos pelos lituanos (52%) e poloneses (51%). Entre aqueles que querem ser empresários, 51% são homens, contra 39% de mulheres, enquanto por idade os jovens estão mais predispostos, mas é uma tendência que diminui com a idade.
A principal razão que leva os europeus a preferirem ser assalariados é ter um rendimento estável (30%), seguido pela estabilidade no emprego (24%) e o fato de que abrir um negócio é muito arriscado ou o clima econômico não é bom (21%). Estes motivos são muito diferentes dos alegados pelos americanos, pois apenas 16% dizem ter renda estável e 5% que é muito arriscado.
Os europeus que gostariam de ser seu próprio chefe defendem como argumento majoritário ter mais independência pessoal (77%), enquanto ganhar mais dinheiro fica em segundo lugar mas muito afastado (23%), mas para os cidadãos dos novos países este segundo motivo é mais importante que para a UE15.
Dos europeus, 59% nunca tiveram a idéia de formar uma empresa, contra 44% dos americanos, e por países são os espanhóis (70%), belgas (68%) e malteses (67%) os que menos pensaram nisso.
Entre os obstáculos que os europeus encontram para criar sua própria empresa, em primeiro lugar aparece a falta de financiamento disponível (74%), não apenas em matéria de empréstimos mas também de capital de risco.
O segundo motivo é a complexidade dos procedimentos administrativos (70%), a consideração de que o clima econômico não é o desejável (66%) e o medo do fracasso (51%).
Entre a UE (51%) e os Estados Unidos (33%) há uma grande diferença quanto ao medo do fracasso, mais difundido entre os primeiros porque se as coisas saem mal, ficam "estigmatizados" socialmente, disseram as fontes, para as quais é preciso lutar contra este fenômeno.
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