
UE-Mercosul: Se não agora, quando?
Após 25 anos, um acordo está próximo, apesar das ambiguidades inexplicáveis do Governo italiano.
Diante das tarifas impostas por Trump, o acordo entre a União Europeia e o Mercosul tornou-se estratégico e vital, provavelmente necessário. Após vinte e cinco anos de longas negociações, marcadas por fases alternadas e vetos cruzados, finalmente, após a Cúpula de Montevidéu em dezembro passado e o acordo preliminar assinado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, com os presidentes do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, entramos na fase final de ratificação, que verá a votação final dos parlamentos e Estados-membros nos próximos meses.
A política neoprotecionista dos Estados Unidos certamente ajudou a superar as últimas dúvidas dos países mais indecisos, mesmo que em alguns deles (França em particular) ainda existam ainda algumas perplexidades relativas às compensações devidas aos produtores rurais pela entrada de carne sul-americana na Europa.
Ainda menos compreensível, contudo, é a posição do governo italiano, tépido a um acordo que deveria ter a Itália como principal apoiadora. Sim, porque a própria Itália – segundo estimativas apresentadas pela Confindustria, a associação das empresas italianas – será a principal protagonista e beneficiária na Europa de um acordo que aumentará as nossas exportações em pelo menos cinco mil milhões de dólares. Seria extremamente grave perder ainda mais tempo precioso e desperdiçar uma oportunidade tão importante para relançar as economias italiana e europeia. Aquela que será, com efeito, a maior área de livre comércio do mundo, composta por 750 milhões de pessoas, das quais mais de 50 milhões são de origem italiana.
Um dado, este último , longe de ser irrelevante, visto que estamos falando de consumidores que já estão favoravelmente inclinados a comprar nossos produtos; e, apesar disso, o comportamento e as escolhas desastrosas do governo Meloni, que com a nova lei de cidadania passou a definir nossos compatriotas na América do Sul como "uma ameaça à segurança nacional".
Essa atitude irresponsável, no caso do Ministro italiano da Agricultura Lollobrigida, principal referência da Coldiretti (forte organização de produtores rurais) e, portanto, principal intérprete da aversão dos produtores de carne italiana à abertura ao mercado sul-americano, chega a ser quase cômica (se não desrespeitosa) quando se trata do Brasil. Refiro-me à referência do nosso governo à bresaola da Valtellina, um dos melhores alimentos da Itália, produzido graças à carne importada do Brasil.
Pois bem, o Ministro Lollobrigida, para esnobar o Brasil e parecer benevolente com Trump, chegou a propor a substituição da carne brasileira pela carne americana (que é cheia de agrotóxicos proibidos na Itália, como se diz de passagem); “Afinal”, disse o Ministro, “a bresaola será comida pelos cidadãos americanos a quem será vendida!”
Felizmente, estou convencido de que o acordo UE-Mercosul será alcançado, e em breve, pondo fim a essa blasfêmia de banalidade e, simultaneamente, atendendo aos interesses dos produtores europeus e sul-americanos e, acima de tudo, dos consumidores. Isto fortalecerá um espaço não só econômico, mas também social e cultural, aproximando finalmente dois continentes que por muito tempo negligenciaram a valorização, como seria útil e oportuna, dos laços compartilhados que a história nos concedeu, em primeiro lugar o da emigração italiana.
*Artigo originalmente publicado na revista "Comunità Italiana".
Fabio Porta é deputado do Partido Democrático (PD) na Câmara dos Deputados da Itália, eleito na Repartição América do Sul da Circunscrição Exterior; presidente da Seção de amizade Itália-Brasil da União Interparlamentar e do Intergrupo Expo 2030; presidente da Associazione de Amizade Italia-Brasile; presidente da Associação de Amizade Ítalo-Latino-Americana; vice-presidente do ICPE (Istituto per la Cooperazione con i Paesi Esteri) e dell’Associazione Focus Europe. É autor de numerosos artigos e publicações, em jornais italianos e estrangeiros.
https://www.fabioporta.com.br/ - contato@fabioporta.com
UE-Mercosur: se non ora, quando?
Dopo 25 anni l’accordo è vicino, nonostante le inspiegabili ambiguità del governo italiano.
Di fronte ai dazi voluti da Trump, l'accordo tra l’Unione Europea e il Mercosur è diventato strategico e vitale, probabilmente necessario. Dopo venticinque anni di lunghe trattative, caratterizzate da fasi alterne e da veti incrociati, finalmente dopo il vertice di Montevideo del dicembre scorso e il pre-accordo siglato dalla Presidente della Commissione Europea Ursula Von der Leyen con i Presidenti di Brasile, Argentina, Uruguay e Paraguay, siamo entrati nella fase finale di ratifica che nei prossimi mesi vedrà il voto finale dei Parlamenti e degli Stati.
La politica neo-protezionista degli Stati Uniti ha sicuramente contribuito al superamento degli ultimi dubbi da parte dei Paesi più indecisi, anche se in alcuni di loro (la Francia in particolare) esistono ancora alcune perplessità relative alle compensazioni dovute agli allevatori a causa dell’ingresso in Europa della carne sudamericana.
Ancora meno comprensibile è invece la posizione del governo italiano, tiepido rispetto ad un accordo che invece dovrebbe avere proprio nell’Italia il suo principale sostenitore. Sì, perché sarà proprio l’Italia – secondo le stime presentate da Confindustria, l’associazione delle imprese italiane – la principale protagonista e beneficiaria in Europa di un accordo che farà aumentare le nostre esportazioni di almeno cinque miliardi di dollari. Sarebbe gravissimo perdere ulteriore tempo prezioso e sprecare un'occasione così importante di rilancio dell'economia italiana ed europea. Quella che nascerà sarà infatti la più grande area di libero scambio al mondo composta da 750 milioni di persone, delle quali oltre 50 milioni sono di origine italiana.
Un dato quest’ultimo, tutt’altro che irrilevante, visto che stiamo parlando di consumatori già favorevolmente propensi all’acquisizione dei nostri prodotti; e, ciò nonostante, i comportamenti e le scelte sciagurate del governo Meloni che con la nuova legge sulla cittadinanza è arrivato a definire i nostri connazionali in Sudamerica “una minaccia alla sicurezza nazionale”.
Un atteggiamento irresponsabile che nel caso del Ministro italiano dell’Agricoltura Lollobrigida, principale riferimento di Coldiretti (forte organizzazione di agricoltori) e quindi principale interprete dell’avversione dei produttori di carne italiana all’apertura al mercato sudamericano, arriva ad essere quasi comico (se non fosse irrispettoso) quando si parla del Brasile. Mi riferisco al riferimento fatto dal nostro governo alla bresaola della Valtellina, una delle eccellenze alimentari italiane prodotta proprio grazie all’importazione di carne dal Brasile.
Ebbene, il Ministro Lollobrigida, pur di fare uno sgarbo al Brasile e mostrarsi benevolo nei confronti di Trump, è arrivato addirittura a proporre la sostituzione della carne brasiliana con quella americana (ricca di agrotossici proibiti in Italia, sa detto per inciso); “tanto – sono parole del Ministro – a mangiare la bresaola saranno i cittadini degli USA ai quali sarà venduta!”.
Per fortuna, ne sono convinto, l’accordo UE-Mercosur si farà e anche presto, mettendo a tacere questa fiera di banalità e venendo incontro contemporaneamente agli interessi dei produttori e soprattutto dei consumatori europei e sudamericani, rafforzando un’area che non è soltanto economica ma soprattutto sociale e culturale e finalmente riavvicinando due continenti che per troppo tempo hanno smesso di valorizzare, come sarebbe stato utile e opportuno, i comuni vincoli che la storia ci ha regalato, prima tra tutte quella dell’emigrazione italiana.
*Articolo originariamente pubblicato sulla rivista "Comunità Italiana".
Fabio Porta è deputato eletto nella Ripartizione America Meridionale della Circoscrizione Estero del Partito Democratico (PD) alla Camera dei Deputati; presidente della sezione di amicizia Italia-Brasile dell’Unione Interparlamentare e dell’Integruppo Expo 2030; presidente dell’Associazione di Amicizia Italia-Brasile; presidente dell' Associazione di Amicizia Italo-Latinoamericana; vice presidente dell’ICPE (Istituto per la Cooperazione con i Paesi Esteri) e dell’Associazione “Focus Europe. Autore di numerose pubblicazioni e articoli per giornali italiani e stranieri.
https://www.fabioporta.com.br/ - contato@fabioporta.com
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