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Italiano sequestrado no Iraque teria antecedentes criminais

O italiano sequestrado no Iraque morava na Grã-Bretanha, onde foi preso em três ocasiões, o que levanta várias suspeitas sobre o caso.

O ministério italiano das Relações Exteriores, que não confirma nada, recebeu informação de que um corpo e um passaporte em nome de Salvatore Santoro foi mostrado a um fotógrafo iraquiano em Ramadi.

"Um grupo terrorista teria mostrado uma foto em Ramadi onde aparece o corpo e o passaporte de um homem. Ao que parece, trata-se de Salvatore Santoro, nascido em Nápoles, no dia 1O de janeiro de 1952, e que vive há anos na Grã-Bretanha".

Segundo o chanceler Gianfranco Fini, "há vários aspectos obscuros no caso", já que Salvatore Santoro tem antecedentes criminais.

"Salvatore Santoro tem um passaporte italiano emitido em janeiro de 2004 pela embaixada da Itália em Amã, após declarar o roubo de seu antigo passaporte". Ele vive na Grã-Bretanha desde 1961, onde "foi condenado em três ocasiões, em 1969, 1981 e 1982, a um total de 6 anos de prisão por fraude, falsificação de documentos, uso de drogas e roubo. Foi solto em 1984 por boa conduta".

Elisabeta Belloni, funcionária da chancelaria, admitiu a criação de uma célula de crise "para verificar a autenticidade da informação sobre o sequestro".

As autoridades italianas deixaram claro que "nada está confirmado e que tudo será verificado com extrema prudência".

A agência de notícias Ansa tinha informado o sequestro de um homem de 52 anos nascido na região de Campanha, no sul da Itália, e membro de uma ONG britânica.

O sequestro teria ocorrido na cidade de Ramadi, no triângulo sunita, mas até o momento nenhuma ONG britânica comunicou o desaparecimento de qualquer colaborador.

Segundo fontes ligadas à Ansa, um site em árabe reivindicou o sequestro em nome de um grupo terrorista desconhecido.

Sete italianos, incluindo duas mulheres, foram sequestrados no Iraque desde o início do ano. Cinco reféns foram soltos posteriormente, mas o jornalista Enzo Baldoni e outro italiano morreram executados.

Além disso, um empresário iraquiano que morou na Itália por mais de 20 anos, foi morto no Iraque por seus sequestradores no início de outubro.

O incidente ocorre no momento em que o chefe de Governo italiano, Silvio Berlusconi, visita os Estados Unidos, onde se reuniu com o presidente George W. Bush.

A presidência italiana assinalou que Berlusconi já foi informado e que está em contato permanente sobre o caso.

A Itália tem um contingente de 3 mil soldados no sul do Iraque.