UE ressalta prioridade antiterrorista contra atentados como Madri
O primeiro-ministro de Luxemburgo, Jean Claude Juncker, afirmou, na última sexta-feira, em nome da UE, que a prioridade do diálogo euro-asiático deve ser a luta contra o terrorismo para evitar novos atentados como os ocorridos em Madri ou Filipinas.
Juncker, que substitui na V cúpula Asem o presidente rotativo da UE, o primeiro-ministro da Holanda, Jan Peter Balkenende, ausente por problemas de saúde, afirmou no discurso de abertura que a luta contra o terrorismo "é a prioridade de nossos continentes", já que "os atentados ocorridos em Madri, Filipinas e em outros países da Ásia demonstram que é um problema que afeta a todos".
O único método para combatê-lo é, na sua opinião, "a unidade" dos países euro-asiáticos junto ao restante da comunidade internacional.
Jean Claude Juncker, que presidirá a UE a partir de primeiro de janeiro, ressaltou a vontade de "relançar um processo de paz, de segurança e desenvolvimento sustentável" e "contribuir para a estabilidade mundial, respeitando as diferenças".
"O ano de 2004 é especialmente importante para a Asem, não só por sua ampliação (para 38 países mais a Comissão Européia), mas porque deve se aprofundar no diálogo mútuo", comentou o primeiro-ministro do Grande Ducado de Luxemburgo.
No entanto reconheceu que "a preparação da cúpula não foi uma tarefa fácil", já que "não compartilhamos das mesmas idéias" em algumas matérias.
Assim se referiu à polêmica surgida pela participação da Birmânia, cujo Governo é criticado por sua falta de respeito aos direitos humanos e por manter detida a líder da oposição e Prêmio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi.
Além da luta antiterrorista, Juncker enumerou as que, segundo sua opinião, devem ser as outras prioridades desta cúpula: a prevenção da Aids, para "evitar que se estenda", os reforços dos intercâmbios econômicos e a colaboração empresarial, e o "diálogo político sobre os direitos universais, o respeito à liberdade e à solidariedade".
"O diálogo entre civilizações revaloriza nossa confiança mútua", ressaltou Juncker, que insistiu "na vontade de ouvir" dos europeus.
O presidente da Comissão Européia, Romano Prodi, concordou com Juncker de que a luta contra o terrorismo internacional deve ser a prioridade da política comum, com um papel destacável das Nações Unidas.
"É preciso intensificar o diálogo, em particular sobre a segurança, a luta antiterrorista e a proliferação de armas", disse Prodi, que também situou a cooperação econômica em um "lugar preeminente".
O presidente do Executivo comunitário ressaltou que os reforços das relações entre europeus e asiáticos devem ser feitos "preservando nossos próprios valores e culturas", mas com objetivos comuns como, por exemplo, a luta contra o aquecimento do Planeta, um desafio que "está mais perto" depois da decisão da Rússia de ratificar o Protocolo de Kioto.
A cooperação em matéria energética e contra a emigração ilegal foram outras matérias destacadas por Romano Prodi na cooperação euro-asiática.
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