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A natureza morta na obras de Giorgio Morandi e de outros artistas italianos

O Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília, em parceria com a Embaixada da Itália e do Instituto di Cultura de São Paulo, está apresentando, até 23 de julho, a exposição Giorgio Morandi e a Natureza Morta na Itália. Sob curadoria de Maria Cristina Bandera e Renato Miracco, foram reunidas obras que comprovam a importância de Giorgio Morandi e de outros artistas consagrados como Giorgio de Chirico, Fortunato Depero, Gino Severini, Afro, Carlos Carrà e Filipo de Pisis para o estudo da natureza morta na Itália. "Queremos mostrar um lado diferente da arte de Morandi, no qual o novo não tem de ser sempre um escândalo ou uma ruptura. Ele é resultado de uma sutil exploração e do aprofundamento temático e estilístico", afirma o curador Renato Miracco.

O termo natureza morta foi adotado por volta de 1870. Ele alcança seu ápice com o cubismo de Picasso e Braque, que se baseia nas conquistas formais de Cézanne, o primeiro a abandonar a representação fiel de um ambiente para deixar evidente a pesquisa do artista na representação do real. Precursor do cubismo francês, Cézanne realiza experiências como a inclinação dos planos, eliminação parcial dos contornos entre os objetos, mudanças de perspectiva – conceitos que, revistos e revisitados, serão reencontrados na gênese de algumas composições de Morandi. "A natureza morta, o tema preferido de Morandi, era aplicada de forma obsessiva e exigente para dar consistência aos objetos.

Ele foi um artista pacato que viveu algum tempo da arte metafísica e produziu um trabalho muito pessoal, fruto do isolamento. Sua pintura foi se singularizando quando ele assumiu como proposta a meditação sobre a natureza e plasticidade dos objetos da vida real", afirma o curador.

Pintor e gravador, Morandi viveu toda a vida em sua cidade natal, Bolonha, onde estudou na Academia de Belas Artes. Em 1914, foi convidado a participar da primeira exposição futurista em Florença, onde conheceu Carlo Carrà e Umberto Boccioni. Na visita à Bienal de Veneza, teve contato com obras de Cézanne que o impressionaram bastante. Em 1918, integrou-se à pintura metafísica, após conhecer Giorgio De Chirico e nela permaneceu até 1920.

Associou-se também, entre 1918 e 1921, ao grupo e à revista Valori Plastici, de Roma, fundados por Mario Brogli. Defendeu os princípios da pintura metafísica e, assim como De Chirico, voltou-se contra todos os movimentos de vanguarda em favor da tradição clássica italiana – naturalismo e desenho. A partir de 1926, iniciou suas atividades como professor e diretor de escolas de arte nas províncias do Reggio Emilia e de Modena. Em 1948, passou a ser membro da Accademia di San Luca. Morandi ganhou reconhecimento internacional, sendo premiado na Bienal de São Paulo em 1957.

Após a temporada de Brasília, a mostra irá para a Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Giorgio Morandi e a Natureza Morta na Itália
CCBB Brasília 
Até 23 de julho
Das 10h às 21h
SCES Trecho 2, Lote 22
Tel: (61) 3310-7087
E-mail: ccbbsb@bb.com.br