UIL

Bush liga para Berlusconi e lamenta ataque

O presidente dos Estados Unidos, George Bush telefonou nesta sexta-feira para o primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi para lamentar a morte de um agente de segurança italiana e o ferimento da jornalista Giuliana Sgrena. O comboio que conduzia ao aeroporto de Bagdá a jornalista recém-libertada após seqüestro de um mês foi alvejado por tiros disparados erroneamente e por motivos ainda indeterminados por soldados americanos. Além da morte do agente e dos ferimentos de Giuliana, outros dois integrantes do serviço secreto italiano foram atingidos. A situação deles não é crítica.

Bush ligou para Berlusconi, um de seus principais aliados na Europa, a bordo do avião presidencial Air Force One, pois voltava de uma viagem a Indiana. "Foi um telefonema para falar com um bom amigo e expressar nosso arrependimento com o incidente", disse o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan. "O presidente assegurou o primeiro-ministro Berlusconi que isso será totalmente investigado... Estamos cooperando de perto com as autoridades italianas."

Giuliana Sgrena foi ferida em um dos pulmões, levada a um hospital da capital e já foi operada. Ela já pôde se comunicar com Itália e explicar que, apesar de ferida, está bem.

O agente secreto italiano morto, Nicola Calibari, teria sido atingido ao tentar proteger Giuliana. Ele era especialista membro do SISMI, os serviços secretos militares, que previamente tinha prestado seus serviços à espionagem civil da Itália. Calibari tinha dois filhos e participou das negociações para a libertação da jornalista.

O primeiro-ministro Silvio Berlusconi convocou o embaixador norte-americano para prestar esclarecimentos sobre o ocorrido, pois, segundo ele, alguém deve ser responsabilizado. "Estamos incrédulos e atônitos pela fatalidade. A alegria transformou-se em dor", disse o premier em um comparecimento de urgência feito em Palazzo Chigi, sede do governo italiano.

O presidente italiano, Carlo Azeglio Ciampi, enviou os pêsames à família do agente morto

O episódio escureceu a alegria que tinha se espalhado na Itália depois de divulgada a notícia da libertação da jornalista, 57 anos, capturada há um mês nas imediações da universidade da capital iraquiana. Depois de várias reivindicações, através da Internet, em 16 de fevereiro os seqüestradores difundiram um vídeo no qual a jornalista implorava por sua libertação e pedia ao governo italiano que retirasse suas tropas do Iraque.