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Capela Sistina se prepara para receber Conclave

Os operários tomaram conta da Capela Sistina, fechada ao público desde a morte do João Paulo II, com o objetivo de prepará-la para receber o Conclave que, a partir de 18 de abril próximo, elegerá o 264º sucessor de São Pedro.

Construída a pedido do Papa Sisto IV, entre 1477 e 1480, fica ao lado da ala direita da Basílica de São Pedro. De acordo com o jornal "La Repubblica", tem as mesmas medidas - 40,5 m de comprimento, 13,2 m de largura e 20,7 m de altura - que o lendário templo do rei Salomão.

Este lugar é conhecido por seus afrescos, obra de Perugino, Botticelli e seus alunos, que explicam nas paredes laterais a vida de Moisés e de Jesus Cristo, mas sobretudo por sua cúpula, realizada por Miguelângelo, que também pintou o famoso "Juízo Final" na parede situada em frente à entrada.

Na arrumação, estão previstos 118 assentos para os cardeais eleitores, sendo 117 deles conhecidos, sem descartar, contudo, a possibilidade de que o número 118, o cardeal "in pectore" designado por João Paulo II, cujo nome permaneceu em segredo, possa ser revelado antes do início do Conclave.

Os cardeais ficarão sentados em várias mesas em lugares numerados e decididos por sorteio, e cuja forma geral é a de um "U" com a parte aberta de frente para o "Juízo Final".

Desse lado, estará a urna na qual depositarão suas cédulas nas duas votações previstas pela manhã e outras duas à tarde, e que serão controladas após cada turno por três "fiscais" decididos regularmente por sorteio.

Em frente à entrada da capela, na parede da esquerda, será instalada a lareira na qual serão incineradas as cédulas e cuja fumaça, branca ou negra, anunciará ao mundo a eleição, ou não, do novo Papa.

Ao fundo da capela, uma pequena porta se comunica com uma cela de três metros por três. Este é o "quarto das lágrimas", no qual cada novo Papa entra em companhia apenas do cardeal camerlengo e do mestre de cerimônias litúrgicas para romper em prantos ante a responsabilidade e a magnitude da tarefa que espera por ele, como manda a tradição.