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Europol havia alertado a Espanha de risco de atentados antes do 11-M

A Europol (polícia européia) havia alertado o governo da Espanha sobre um risco máximo de ações teroristas no país no início de fevereiro, cerca de um mês antes dos atentados de 11 de março em Madri, revelou nesta sexta-feira a imprensa espanhola.

No relatório com data de 29 de janeiro, examinado na quinta-feira a porta fechada pela comissão de investigação parlamentar sobre os atentados de 11 de março (que deixaram 191 mortos e 1.900 feridos), a Europol avaliava que a Espanha corria perigo nos dois primeiros dias de fevereiro.

Este relatório de avaliação da ameaça terrorista regularmente atualizado citava uma "ameaça clara" de atentado desde 18 de outubro de 2003, data na qual o chefe da rede terrorista Al-Qaeda, Osama Bin Laden, afirmou num vídeo que entre seus alvos estavam os países europeus que faziam parte da coalizão militar no Iraque: Espanha, Reino Unido, Itália e Polônia.

Em outro relatório de 16 de julho, a Europol considerava que alguns autores dos atentados de Madri tinham uma "relação estreita" com membros de alto nível da Al-Qaeda, segundo a imprensa espanhola que cita fontes próximas à comissão de investigação, que retomou nesta sexta-feira suas audiências públicas.

Este relatório mencionava Rabei Ousmane Sayed Ahmed, conhecido como "Mohammed, o egípcio", detido em 8 de junho na Itália, acusado de ser o mentor intelectual dos ataques a quatro trens suburbanos de Madri.

Num de seus relatórios, a Europol duvidava de que a proximidade dos atentados de Madri com as eleições legislativas de 14 de março, vencidas surpreedentemente pelos socialistas, tivesse sido pura coincidência.

Isso poderia ser o indício da existência de um "calendário de possíveis atentados em relação com eventos políticos cruciais" em outros países, diz este relatório, citado pelo jornal 'El País'.