Suspeito de atentados preso em Roma confessa crime

Um dos supostos autores dos atentados fracassados de 21 de julho em Londres, preso na sexta-feira em Roma, confessou a participação no crime, mas afirmou que o objetivo do grupo não era matar, anunciou neste sábado a imprensa italiana.

"Não queríamos matar, apenas espalhar o terror", disse o suspeito ao ser interrogado, segundo o jornal La Repubblica. "Vim para Roma porque não sabia para onde ir, e porque aqui poderia encontrar abrigo na casa de amigos. Se eu tivesse esperado um pouco, poderia ter ido para outro lugar. Não sei de planos de atentados contra a Itália", acrescentou o homem.

"Recebi uma mochila, para que fizesse uma demonstração", disse o preso, segundo o jornal La Stampa. A publicação cita um agente italiano que participou da captura do suspeito.

Apresentado como Osman Hussein, cidadão britânico de origem somali de 27 anos, o homem seria originário do chifre da África, da Eritréia ou Etiópia, mas não da Somália, segundo representantes da comunidade daquele país em Roma.

O jovem domina o idioma italiano e conhece bem a capital, pela qual se desloca de carro, informou a imprensa, acrescentando que a prisão foi feita com a ajuda de pessoas que abrigaram o suspeito.

Segundo o ministro do Interior da Itália, Giuseppe Pisanu, uma importante rede, formada por etíopes e eritreus, tentou proteger Osman Hussein. "Durante a investigação, foi possível estabelecer a existência de uma importante rede de pessoas das comunidades eritréia e somali, que protegeu o foragido", disse o ministro a deputados italianos.

"O homem - um etíope, e não somali, como foi anunciado inicialmente - entrou em contato com pessoas originárias do Chifre da África que vivem em Milão e Brescia, no norte da Itália", informou Pisanu.

"Não se pode dizer que houve uma rede de apoio, já que algumas pessoas ignoram as atividades terroristas do amigo", publicou hoje o jornal La Stampa, citando fontes ligadas à investigação.