Italiano desaparecido no Iraque teria sido morto em um controle
O italiano desaparecido na quarta-feira no Iraque, Salvatore Santoro, não teria sido seqüestrado, mas morto ao passar em um controle da guerrilha na estrada que liga Faluja a Ramadi, segundo a versão de fontes jornalísticas locais divulgada na Itália.
O anúncio do seqüestro e possível assassinato de Santoro, de 52 anos e que vive há mais de 40 anos no Reino Unido, tornou-se um mistério pela sucessão de informações contraditórias a partir de uma incomum difusão da notícia.
O Ministério das Relações Exteriores italiano, cujo titular, Gianfranco Fini, disse que há "muitos pontos obscuros que obrigam a analisar tudo com cautela", continua tentando confirmar de forma oficial os pormenores do fato.
Enquanto isso, fontes jornalísticas relataram a partir de Bagdá para a imprensa italiana que Santoro foi baleado quando ultrapassou com seu veículo um posto de controle entre Faluja e Ramadi, cerca de 100 quilômetros ao oeste de Bagdá, e atropelou um miliciano.
As fontes afirmaram que, após ser capturado, Santoro foi morto, mas antes o fotógrafo free-lancer iraquiano Bilal Hussein foi levado ao local para tirar fotos. Em uma das fotografias é possível ver o italiano vendado e com as mãos presas à beira da estrada, enquanto dois guerrilheiros com o rosto coberto apontam suas armas contra ele.
Outra foto mostra o passaporte de Santoro, seu cartão de crédito e um visto de residência no Líbano, expedido em 9 de junho de 2004 e com validade até 8 de junho de 2005.
O fotógrafo free-lancer, segundo o relato divulgado na quarta-feira à noite pelo ministro de Exteriores, comunicou o ocorrido ao correspondente da agência americana Associated Press (AP) em Bagdá, que, por sua vez, entrou em contato com o embaixador alemão no Iraque, que informou seu colega italiano.
A delegação diplomática da Itália na capital iraquiana não tinha registro da presença de Santoro no país, assim como a Charity for England and Wales, entidade que reúne as ONGs britânicas, para uma das quais o italiano trabalhava, conforme informações iniciais.
Como colaborador dessa organização, há pouco mais de um mês ele mesmo se apresentou à embaixada italiana no Líbano, onde expressou sua intenção de entrar no Iraque.
A Unidade de Crise do governo italiano determinou que em janeiro de 2004 Salvatore Santoro tinha ido à embaixada da Itália em Amã para obter o passaporte porque, conforme disse, tinham sido roubado.
O ministro Fini disse que Salvatore Santoro tinha sido condenado três vezes, por falsificação de documentos e fraude, por violar a custódia cautelar e por roubo, e que durante seis anos esteve preso no Reino Unido.
O prefeito de Pomigliano d'Arco, na província de Nápoles, origem da família de Santoro, disse que o italiano foi para o Reino Unido em 1961 com seu pai Vincenzo e sua mãe Carolina Maione, que aparentemente voltou para a Itália após a morte de seu marido e ainda está viva.
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