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Jornalista italiana estaria viva, segundo governo iraquiano

Pier Scolari, o marido de Giulna Sgrena, a jornalista italiana seqüestrada no Iraque disse hoje que "não significa nada" o comentário do ministro do Interior iraquiano, sobre a possibilidade dela estar viva.

"Talvez, acrescentou, as palavras do ministro assinalam um clima positivo, mas eu não tenho nenhum sinal particular".

O ministro do Interior do Iraque Falah Al-Naqib disse hoje que Giuliana Sgrena "está viva". Ele foi entrevistado por uma televisão árabe, e acrescentou que "esperamos ter boas noticias logo".

"Ishallah, se deus quiser, teremos boas noticias num futuro imediato", acrescentou al-Naqib. "Está viva, mas não posso fornecer outros detalhes para não colocar em perigo a vida da refém", se limitou a declarar o ministro.

Já Scolari, o marido de Sgrena, disse que o vídeo divulgado hoje de Florence Aubenas, a jornalista francesa do Liberation, seqüestrada no Iraque a dois meses, com certeza é um sinal positivo, mas não existe nenhuma ligação com o seqüestro da italiana.

"É cedo para dizer qualquer coisa, explica Scolari, mas de qualquer forma parece ser um bom sinal para Florence, de abertura e negociação". Trata-se porém, acrescentou de um vídeo "sem data" e, segundo Scolari "não está ligado" a questão de Giuliana.

Também para o diretor do jornal italiano "Manifesto", Gabriele Polo as imagens da jornalista francesa não estão datadas. "É singular porém", acrescentou que tenha uma mensagem explicita de ajuda a Didier Julia, o deputado francês que ajudou nas negociações para a liberação de dois jornalistas franceses.

A jornalista francesa, seqüestrada no Iraque no dia 5 de janeiro, fez hoje um desesperado pedido de ajuda través de um vídeo divulgado por seus algozes, onde advertiu estar em "péssimas" condições de saúde.

"Me chamo Florence Aubenas. Sou francesa. Sou uma jornalista do Liberation. Minha saúde está péssima. Psicologicamente também estou muito mal", disse em inglês a mulher, de 44 anos, vestida de calça preta.

Por outro lado, começou hoje a greve de fome na Itália para pedir a liberação da italiana Giuliana Sgrena. A iniciativa é publica, inter-religiosa e comunitária, segundo um comunicado divulgado hoje.

Os primeiros a aderirem foram várias personalidades do mundo religioso: desde padres católicos até ao imã de Florença Izzeddin Elzir, freiras dominicanas bispos, etc.

"Pedimos que quem for aderir a greve de fome sejam grupos e comunidades religiosas e laicas. Neste momento é importante nos unirmos, ficar sem comer no respeito as tradições singulares e das culturas de pertencimento".

A partir de hoje estará presente em frente ao Palácio Ghigi, sede do governo italiano, um grupo das pessoas que aderem a iniciativa, que terão uma faixa branca no braço para indicar a adesão a iniciativa.

A presença de um grupo em frente a sede do governo, destacam os organizadores, marca o objetivo: não apenas da liberação de Giuliana mas de todo o povo iraquiano.