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Livro difama tenor italiano Pavarotti


Herbert Breslin, o homem que mais contribuiu para alavancar a carreira do tenor italiano Luciano Pavarotti, parece decidido a destruir o mito. Ex-manager do cantor, ele reuniu todas as memórias (as más principalmente) de seus anos de convivência com o grande astro do mundo lírico no livro The King and I: The uncensored tale of Luciano Pavarotti's rise to fame by his manager, friend and sometimes adversary (em português: O rei e eu: a história sem censura da ascensão de Pavarotti à fama, contada por seu empresário, amigo e algumas vezes adversário). O título irônico já dá o tom da publicação que chega às livrarias americanas no próximo dia 10, editada pela Doubleday.

Escrito com ajuda da jornalista e crítica Anne Midgette, Breslin, que converteu Pavarotti em uma espécie de Caruso de nosso tempo, dedica ao tenor uma biografia cheia de intrigas e malícia. A acidez do texto foi o principal aspecto ressaltado na resenha publicada sexta-feira pelo suplemento cultural do jornal britânico The Financial Times.

O livro começa com a seguinte frase: ''Luciano Pavarotti é um dos principais especialistas do mundo no que for. Sabe mais que qualquer outro ser humano sobre música, medicina, próstata, cuidados infantis ou qualquer outra coisa''.

The king and I respinga fel, inevitavelmente, em um grande colega de Pavarotti, o espanhol Plácido Domingo. O empresário afirma que Plácido nunca teve uma voz como a de seu cliente e sempre foi o número dois da ópera.

Aparentemente disposto a semear a discórdia entre os cantores, Breslin assegura que Pavarotti classificou em certa ocasião o tenor espanhol como ''um tipo do mercado negro... não um homem de qualidade, nem cavalheiro''.

Breslin revela ainda supostas infidelidades conjugais do cantor com um ''harém'' de ajudantes e admiradoras. Ele descreve a primeira mulher do cantor como uma vítima, e sua atual mulher, muito mais jovem, como uma manipuladora orientada pelo mundo do pop.