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Ong italiana visita povo Guarani

Trinta e oito ticineses participaram de uma viagem nas zonas mais remotas e menos turísticas da Bolívia, organizado pela Federação das Ongs da Suíça Italiana (FOSIT), que inclui cerca de oitenta Ongs ticineses . A iniciativa se desenvolveu com a colaboração de três Organizações não governamentais ticineses, o Grupo de sustentação aos Guaranis da Bolívia (GSGB), a Associação de apoio Fodei, e a Associação Ticino – Bolívia que há anos operam no território.

"Operamos desde 1998 com uma organização internacional sul americana que se chama 'Vision Mundial' - explica Alain Morgantini, Presidente da Associação Ticino- Bolívia - e temos dois projetos de cooperação internacional. Um deles trata da administração de uma fábrica para a realização de instrumentos musicais". Viagens de turismo responsáveis por visitar lugares nos quais essas Ongs são ativas e conhecer ao vivo os projetos que vêm promovidos. Um caminho alternativo que, esquecendo os roteiros clássicos e os canais turísticos 'clássicos', escolhe uma viagem solidária para conhecer as populações encontradas ao longo do caminho, viver com eles, participar das suas interações com a natureza.", acrescenta. 

Todos os anos a FOSIT promove uma viagem de duas semanas para visitar um projeto. Depois do Senegal e o Cambogia, este ano foi escolhido um projeto promovido na Bolívia. A delegação foi hospedada pelos Guaranis, uma semana inteira dedicada a viver com eles e como eles. A viagem prosseguiu em volta de La Paz e terminou no lago Titicaca.

O povo Guarani ocupava grande parte do Brasil atual, todo o Paraguai, o Uruguai e parte da Bolívia. Para esse povo, a conquista européia produziu a catástrofe demográfica e a perda progressiva do território, junto à perda das suas raízes culturais. Os poucos Guaranis sobreviventes ocupam atualmente pequenos espaços no Sul da Bolívia (Chaco), no norte da Argentina, no oeste do Paraguai e no sudoeste do Brasil (Mato Grosso). Calcula-se que a população Guarani inteira seja de 200 ou 300 mil pessoas.

A situação deles é muito parecida a dos outros indígenas do Continente Americano, no sentido de que formam a parte da população mais atingida pela pobreza, entendida não somente pelo aspecto econômico,  mas também nos aspectos social e cultural. Durante os anos 80, iniciou-se um período favorável para os índios do Continente, caracterizado pelo nascimento de suas organizações e de um despertar de sua cultura. Esse processo, desde o início, foi promovido e acompanhado pela Igreja Católica, que atualmente também é muito dedicada a defender os direitos humanos dos povos indígenas e à pesquisa de seu progresso autônomo.