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Papa diz que Igreja deve cuidar de doentes da aids

O papa João Paulo II disse hoje que a Igreja tem que prestar um cuidado especial às áreas do mundo onde os doentes da aids não têm a assistência necessária e que, com esse objetivo, o Vaticano criou a Fundação O Bom Samaritano. O papa não tocou na questão do preservativo, que motivou, há alguns dias, desentendimento entre o Vaticano e a igreja espanhola.

O secretário e porta-voz da Conferência Episcopal Espanhola, principal órgão da Igreja católica na Espanha, Juan Antonio Martínez Camino, retificou na quarta-feira suas declarações da véspera e afirmou que o uso do preservativo é "contrário à moral". Camino havia dito, ao fim de um reunião com a ministra de Saúde, Elena Salgado, que é a favor do uso dos preservativos ao afirmar que eles "têm seu contexto numa prevenção integral e global da aids".

O Pontífice fez as declarações sobre a aids no discurso dirigido aos membros do Pontifício Conselho para a Pastoral da Saúde por causa do 20º aniversário do organismo. O Bispo de Roma disse que a Igreja tem a obrigação de enfrentar as mais delicadas questões que surgem com o sofrimento, a doença e a morte e que é "na fé em Cristo morto e ressuscitado onde essas perguntas podem encontrar uma resposta e o conforto da esperança que não desilude".

O Papa acrescentou que a obrigação do organismo presidido pelo cardeal mexicano Javier Lozano Barragán, o "ministro da Saúde da Santa Sé, é a de "orientar, apoiar e animar" as medidas que promovem as conferências episcopais e as organizações católicas existentes no mundo da medicina.

A Fundação O Bom Samaritano foi apresentada oficialmente pelo Vaticano no mês de dezembro e seu objetivo é contribuir para ajudar aos povos mais expostos à aids, que desde sua aparição, na década de 80, já causou a morte de 22 milhões de pessoas no mundo e infectou 38 milhões. O Bom Samaritano é administrada pelo Pontifício Conselho para a Pastoral da Saúde.