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10 tipos de uvas utilizadas na produção de vinhos

É possível produzir vinhos a partir de diferentes tipos de uvas, de várias regiões do globo. Mas você não precisa ser um especialista para entender qual é utilizada em cada tipo de vinho. Dessa forma, vamos analisar alguns tipos de uvas, não somente para aprender sobre elas, mas para entendermos mais dessa bebida tão saborosa que agrada os paladares italianos. A seguir saiba quais são as principais uvas usadas na produção de vinhos.

Tipos de uvas para vinhos

Se você quer distinguir o tipo de vinho, é muito importante entender o tipo de uva. Até porque conhecer os ingredientes dessa bebida espetacular é a chave para escolher os melhores vinhos. Por isso, selecionamos abaixo os 10 principais tipos de uvas utilizados para produção de vinhos:

1. Barbera
 
Essa espécie de uva é originária da Itália, região de Piemonte. Além disso, os vinhos Barbera d'Alba e Barbera d'Asti são feitos a partir dela. Foi trazida para o Brasil pelos agricultores que para aqui se transferiram, tornou-se muito comum por aqui desde então. Até a década de oitenta, a Barbera foi utilizada para vinhos mais rústicos. Mas, com o melhoramento de suas qualidades proporcionadas pelo aprimoramento no cultivo, passou a conceber rótulos altamente nobres e famosos. 

Quando cultivadas em terrenos pouco férteis e em áreas quentes, torna-se uma bebida mais nobre ainda. Seus tintos são de cor bem escura, com alta acidez, o que os torna propícios a serem envelhecidos. Quanto mais o tempo passa melhoram em qualidade, sem perder suas fragrâncias básicas de frutas escarlates. Trata-se de um dos pouquíssimos vinhos tintos que combinam muitíssimo bem com salmão curado, combinando, igualmente, com carnes de carneiro e molhos que levam anchovas e brócolis.

2. Cabernet Sauvignon
 
As uvas Cabernet Sauvignon são uma das uvas mais famosas do planeta. É um vinho típico da região de Bordéus, na França, com uma forte acidez extraída da casca do carvalho. Produz um vinho encorpado, com cheiro e frutas vermelhas, como mirtilo, ameixa e amora, além de contornos orgânicos, como pimentão e aspargo, com delicada textura e elevado grau de taninos. O grande diferencial da Cabernet Sauvignon está na espessura de sua casca, o que a faz suportar muito bem as intempéries climatológicas. É uma uva muito popular porque pode ser cultivada em muitas áreas ao redor do mundo, desde que estejam quentes.

Por sua excelente qualidade, é considerada a uva vermelha mais importante e pode ser utilizada como parâmetro de análise dos atributos da vinícola. O tempo de colheita das uvas varia de meio a tarde, e é a distância entre as safras que produz uma variedade de bebidas com sabor. Nos lugares mais gelados se sobressaem mais os atributos do pimentão.

Nos locais mais quentes, em compensação, os vinhos são gerados com acentuada predominância dos sabores de ameixas e amoras silvestres. Esse tipo de uva fornece os famosos vinhos de mesa, isto é, aqueles que acompanham bem todo tipo de prato. Podem ser brancos ou tintos, mas na maior parte têm uma tonalidade escura.

3. Merlot
 
Merlot é diferente. Na boca é macio e frutado, com aromas a frutos vermelhos como framboesa e cereja. A tonalidade varia do roxo ao roxo profundo. Embora possa produzir rótulos mais duradouros, costuma ser usado para fazer novos vinhos. É o mais indicado para quem gosta de requinte ao degustar.  Suas características são flexibilidade e versatilidade em relação à durabilidade. Em outras palavras, tanto o antigo quanto o novo podem ter boa qualidade.

Este tipo de uva é fácil de reconhecer devido ao tom azulado da casca e aos frutos grandes. Estas bagas benéficas dão vinhos com taninos médios, que são altamente valorizados pelos analistas de vinhos. Costumam ser lavrados em países com climas bem diversificados, o que faz com que os vinhos sejam igualmente variados. Quando gerados em regiões tropicais apresentam sabor bem frutado e com menor quantidade de tanino, podendo apresentar mais sustentação se ficarem descansando por algum tempo em tonéis carvalho. 

Em contrapartida, se forem fabricados em regiões geladas como Chile, Itália e França, é maior a assiduidade do tanino, mesmo sendo ainda tenra. Sua constituição encorpada faz com que muitos enólogos prefiram os Merlot provenientes dessas áreas, do que aqueles que são produzidos na Argentina ou Austrália, por exemplo. 

Normalmente possuem uma doçura muito peculiar e uma consistência aveludada. As fragrâncias mais populares são de frutas vermelhas, como morango, ameixa, groselha e outras. É possível encontrar etiquetas com tonalidades de violetas e rosas, bem como também amadeirados, como cedro e carvalho, que costumam apresentar fragrâncias de ervas, tabaco, baunilha, cacau e outros.

4. Moscato
 
Esta uva é verde ou verde escura, e entende-se que remonta ao início da história. Os vinhos produzidos com Moscato podem ser rosados, brancos ou até tintos. E tudo é delicioso. Originam, fundamentalmente, vinhos com sabor um pouco doce e pouco teor alcoólico. Possuem fragrâncias frutadas de flor de laranja, pêssego e tangerina, e possuem uma silhueta refrigerante. 

Por essa razão, esse tipo de uva produz igualmente excelentes espumantes de sabor almiscarados. Seu aroma se sobressai muito, por isso os maitres enólogos conseguem identificá-la facilmente. Essa peculiaridade faz com que seja direcionada para a fabricação de vinhos tintos de sobremesa, devido ao resto de açúcares bem destacados, principalmente quando lavrada em territórios tropicais. Podem ser degustados em consonância com muitos tipos de doces, desde os mais triviais aos mais sofisticados.

5. Sauvignon Blanc
 
Essa é uma das uvas brancas mais célebres que existem. Somada à Cabernet Franc, deu origem à Cabernet Sauvignon, elevando-a à condição de mãe fecunda de todas as uvas. Sua nascença é aristocrática. Trata-se de uma das mais idosas uvas bordalesas que existem. São muito lavradas na França, de onde provêm e são igualmente populares na Nova Zelândia. É importante salientar que, dependendo da região onde é cultivada, apresentam perfis diferenciados, ligados aos costumes de cada lugar. Na França, mais precisamente em Bordeaux, as uvas plantadas são mais usadas para corte.

Normalmente submetem-se ao método de podridão, para potencializar o acúmulo de açúcares nos bagos. Nos alpes franceses, mais exatamente em Loire, essa espécie de uva é conhecida como um vinho que é feito por uma única casta de uva. São ricos e muito famosos em todo o globo. Já na Nova Zelândia, os vinhos têm um sabor que lembra um fruto, empurrando os minerais para um segundo plano. O macete está na cultura, com a coleta sendo feita em diversos momentos do amadurecimento. 

Em decorrência disso, torna-se uma bebida mais encorpada que outras da mesma natureza, além de mais rica e com fragrâncias de aspargo, lima, maçã verde e ervas. Normalmente são vinhos muito perfumados, frescos e com ótima acidez. Combinam muito bem com a quase exótica planta originária da Ilha da Madeira, em Portugal; e em Cabo Verde, na África: o aspargos. Esse é um dos elementos mais difíceis de se harmonizar com vinho. Também compatibiliza muito bem com queijo de cabra.

6. Semillón
 
As uvas Semillón não possuem a mesma notoriedade que as Sauvignon Blanc ou as Chardonay, mesmo assim são uma das uvas brancas mais encontradas em Bordeaux, França. Sua lavoura é bem simplória, com brotação lenta e rápido amadurecimento.  O instante correto para se colher é quando as cores acobreadas e rosadas começam a mostrar-se na casca da uva. Dessa forma, essa espécie de vinho será frutado com fragrâncias de uva, melão, limão, nectarina, maçã, pera e figo. 

Determinadas vinícolas os colocam para ocorrerem os processos preliminares de uma uma putrefação nobre, provocada por um fungo muito peculiar: o Botrytis Cinerea. Esse fungo tira a água das uvas, realçando ainda mais os açúcares. A consequência disso são excelentes vinhos de sobremesa, ovacionados por maitres enólogos de todos os quadrantes. De todo modo, são bem menos afamados que outros vinhos brancos, por serem mais simples. Exatamente por isso a uva Semillón é mais utilizada para corte, compondo gostos menos simples, sobretudo associada ao Sauvignon Blanc. Sua trama mole se harmoniza muito bem com esse tipo de uva. 

Concordamos que esse nome alemão é dificílimo de pronunciar. Em contrapartida, geram vinhos facílimos de se apaixonar, e suas particularidades mais determinantes são identificadas com muita clareza. Alcança a maturidade rapidamente. O clima perfeito para sua plantação é localidades mais temperadas. Em climas muito quentes a tendência é alcançarem a maturidade com muita velocidade.  Se por acaso isso ocorrer ele perde toda sua magia e fica insípido. 

Derivados dessa uva estão os vinhos rosés e brancos, e geralmente têm um gosto muito intrínseco. O que o distingue dos outros vinhos nossos conhecidos reside na fragrância que nos remete às pétalas de rosas e lichia. Percebe-se igualmente pitadas de gengibre, canela, abacaxi e damasco. Consta entre as mais perfumosas dentre todas as categorizações atuais. Possuem sempre uma doçura ímpar, embora muito frutadas. Geralmente são bem densos e encorpados. Devem ser saboreados em temperaturas mais baixas, em torno dos 10 graus. 

Por terem muitas fragrâncias são muito interessantes para estarem juntos com refeições indianas. Em outras palavras: pratos com teor acentuado de especiarias.

8. Chardonnay
 
Os vinhos Chardonnay são muito famosos por aparecerem no cinema e no imaginário dos escritores. As uvas das quais é confeccionado esse vinho são tão famigeradas que não raro são embaralhadas ao nome da bebida em si. Originárias da França, são também produzidas em vários outros países, incluindo o Brasil. É de fundamental importância verificar a proveniência dessas uvas para quem quer degustar rótulos diversificados. Essa casta é extremamente flexível, isto é, sentem com maior intensidade as mudanças de temperatura, quantidade de chuva e aridez ou não do solo. 

Portanto, cada vinho terá sua peculiaridade própria de acordo com o país de onde provêm e também ao delineamento de quem produz o vinho. Via de regra, quando plantadas em áreas quentes, tornam-se encorpadas e com pouca acidez. Quando em lugares com temperatura mais alta ainda, pode-se detectar nuances de frutas mais doces, tipo pêssego e melão. Já em locais de atmosfera branda o sabor dos vinhos Chardonnay têm a tendência de se tornarem mais ácidos. 

Porém, quando cultivados em locais frios, ficam com taxa elevada de acidez, corpo médio e ficam mais ríspidos ao paladar, com sutis pitadas de maçã verde e ameixa. Tudo isso pode mudar bastante se a bebida adormecer por algum tempo em tonéis de madeira. O teor alcoólico também tende a aumentar, potencializando a sensação de açúcar na bebida. Isso dá a sensação de que não pertencem à categoria dos vinhos secos, o que não é real. Ele continua dentro da categoria vinhos secos. Por ser uma uva multifacetada, é usada também para produção de espumantes e preparação de drinks com gin.

9. Riesling
 
Esse nome imponente é de uma uva muito utilizada na safra brasileira, produzida na Serra Gaúcha, e é quem dá sabor aos espumantes nacionais e vinhos brancos. Apesar do nome referir-se diretamente à Itália, não se sabe ao certo sua procedência, que é igualmente cultivada em grande escala na Croácia. Ela foi muito bem aceita em terras brasileiras em razão de sua ótima acidez, o que torna os vinhos muito palatáveis quando resfriados. 

Essa conjunção é perfeita para locais com temperaturas predominantemente elevadas, como é o caso do nosso querido Brasil. O viço e a leveza deste vinho se sobressaem muito e sua fragrância vai do cítrico ao frutado. O Riesling Itálico também é muito utilizado no processo de fabricação de vinhos de sobremesa. A harmonia entre o doce e a acidez tornam-na perfeita para acompanhar doces, principalmente os que levam frutas cítricas, como limão e laranja. 

10. Pinot Noir
 
Ao contrário das Cabernet Sauvignon elas precisam de cuidados contínuos para que as circunstâncias perfeitas permitam a produção de bons vinhos. Quando cultivadas em áreas onde ocorre desequilíbrio entre clima e temperatura, os vinhos ficam muito doces e considerados inapropriados para o consumo. Em razão desse impasse, não é muito cultivada pelo mundo afora.

Poucos países possuem plantações convincentes. Entretanto, nessas poucas regiões onde são aradas à perfeição, produzem vinhos absolutamente refinados, herméticos e com muita individualidade. Seus vinhos são celebrados por serem enigmáticos, com taninos cravejados e discretos. Até os aromas possuem muita personalidade, tornando a Pinot Noir apropriada para uma única casta. Eles não são adequados para corte, porque podem levar a um desequilíbrio na harmonia geral. Todos os seus rótulos, quer se trate de vinho branco, espumante ou rosé, gozam de grande prestígio e já foram quatro vezes tocados por admiradores.

Fábio Aleksander 
fabio@cozinhaprofissional.com.br
Content Manager - Cozinha Profissional