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Vaticano usa e-mail para comunicar morte do Papa

Seguidor de rituais centenários e de tradições arcaicas, o Vaticano utilizou um dos meios de comunicação mais modernos para anunciar a morte do papa João Paulo II: enviou um e-mail.

"O Santo Padre, João Paulo II, morreu às 21h37 (16h37 em Brasília) no seu quarto pessoal. Todos os procedimentos previstos na Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis foram adotadas", lê-se na nota que partiu do e-mail da assessoria de imprensa da Santa Sé e foi, oficialmente, o primeiro comunicado da morte do pontífice.

O uso de uma tecnologia como o correio eletrônico é pouco usual para uma entidade que procura sempre se aferrar às tradições e ritos como o da "fumacinha branca", na qual um reagente químico é aplicado às cédulas eleitorais dos cardeais no momento em que a eleição de um novo papa é definida.

Porém, o e-mail só foi disparado depois que ritos tradicionais foram seguidos. O cardeal Eduardo Martinez Somalo, espécie de "prefeito" do Vaticano, tocou o Papa com um pequeno martelo de prata para se certificar de que não havia reação. Depois disso, perguntou o nome de batismo do pontífice. Como não houve resposta, Martínez pronunciou a frase "o papa está morto".

Esta liturgia tem pelo menos 250 anos.

Internet

O uso do e-mail para comunicar sua morte tem uma coincidência com a trajetória de João Paulo II: o Papa era um grande entusiasta da Internet, rede mundial de computadores que não existia quando ele iniciou seu pontificado.

Em Carta Apostólica de fevereiro último, dirigida aos responsáveis pela Comunicação Social no mundo, o Papa João Paulo II referiu-se à Internet como "uma das coisas maravilhosas que Deus colocou à nossa disposição para descobrir, usar e dar a conhecer". Em Carta Apostólica de fevereiro de último, Papa II referiu-se à Internet "uma das coisas maravilhosas que Deus colocou à nossa disposição para descobrir, usar e dar a conhecer".

"Muitos cristãos usam este novo instrumento de modo criativo, explorando as potencialidades para a evangelização, para a educação, para a comunicação interna, para a administração e governo", afirmou ele no documento, que tinha termos modernos como "aldeia global".