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A Primavera e os vinhos brancos*

A primavera é convidativa. De uma maneira diferente do romântico, aconchegante inverno e dos vinhos tintos, incita-nos à celebração do amor e da vida, como os jovens, alegres e festivos vinhos brancos.

Se perguntarmos às pessoas, em geral elas respondem que seu vinho preferido é o tinto, exceção feita ao glamour das borbulhas. É uma percepção comum que, uma vez que se passe a apreciar os vinhos tintos, não se retorne ao consumo dos brancos. Para quem segue este processo como uma regra, diria que, se não perde nada, no mínimo deixa de ganhar bastante.

O  vinho branco é deliciosamente instigante. Suaves, secos ou démi, num final de tarde, uma taça de vinho branco gelado é tão prazerosa quanto as suas variáveis acompanhando a colorida e saudável culinária da estação com a qual tão bem harmonizam. Em sua variedade de aromas, sabores, belos tons esverdeados ou reflexos dourados, substituem perfeitamente os tintos  no período que antecede as festas de final de ano.

Na primavera, buscamos maior proximidade com a natureza e alimentos mais leves, no entanto, resistimos às sutilezas sensoriais dos vinhos brancos. Nestes, nosso paladar e olfato - o mais delicado dos sentidos - encontra de flores e ervas a especiarias e madeiras. O ‘pétillant’ tão agradável num refrescante Riesling, o herbáceo e o floral de um aromático Sauvignon Blanc ou o ‘crispness’, entre as peculiaridades do versátil Chardonnay, são algumas das sedutoras sensações destes varietais.

No Brasil, em especial, onde somos privilegiados pelo clima tropical e pela beleza singular da paisagem, dedicar-se a explorar as nuances sensoriais dos charmosos brancos é certeza de experimentar novas e agradáveis surpresas, e de ganhar muito com os prazeres desta deliciosa estação. 

*Por Natercia Peruffo Gallego Ziero – vinicola@cordelier.com.br
Diretora da Vinícola Cordelier  - www.cordelier.com.br