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Plataforma reúne obras de imigrantes italianos em SP

A Plataforma Arquitetura Italiana no Estado de São Paulo traz à luz o trabalho de imigrantes italianos, engenheiros e arquitetos, que conferiram novos significados às cidades por meio de edifícios públicos, hospitais, igrejas, palacetes, fábricas, residências, além de outras obras presentes no cotidiano urbano. A iniciativa é da Rede Arquitetura Italiana no Estado de São Paulo, coordenada pelo professor Miguel Antonio Buzzar, do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da USP, com financiamento do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAU-SP). 

Nela, são exibidos painéis com a produção, reprodução e organização de projetos arquitetônicos, fotografias e outros documentos relativos às atividades desses profissionais e seus descendentes. Atualmente, pode-se encontrar informações relativas a projetos, obras e profissionais atuantes nas cidades de Araraquara, Assis, Batatais, Campinas, Franca, Limeira, Piracicaba, Ribeirão Preto, Rio Claro, São Carlos, São José do Rio Pardo e São Paulo.

Como está descrito no site, os dados e documentos que subsidiaram essa pesquisa foram sistematizados em parceria com colaboradores do projeto e estão apresentados em formato de fichas nas abas “Profissionais” e “Projetos e Obras”. Na plataforma, também é possível acompanhar a exposição presencial, através de um vídeo no Youtube, realizada em maio último, no Centro de Divulgação Científica e Cultural da USP em São Carlos.

Casa da Memória Italiana, Ribeirão Preto. O projeto da residência de Joaquina Evarista Meirelles e seu filho Joaquim Machado de Souza foi elaborado pelo arquiteto ítalo-brasileiro Arnaldo Maia Lello, em 1923.

“O projeto Plataforma on-line: Arquitetura italiana no Estado de São Paulo tem por objetivo elaborar e propiciar o livre acesso a uma produção, na sua grande maioria, de extração eclética, pouco conhecida, reconhecida e, sobretudo, desqualificada pela historiografia da arquitetura e do urbanismo brasileiro”, dizem os organizadores do projeto. Além da coordenação do professor da USP, a equipe é composta com professores e pesquisadores do próprio IAU, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP e de outras instituições, como o Centro Universitário Barão de Mauá e a Fundação Pró-Memória de São Carlos e a Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas. 

Contribuições 

São muitos os profissionais italianos e ítalo-brasileiros que foram mapeados e estão na plataforma. Entre eles, Gherardo Bozzani, de Parma, que desembarcou no Brasil em 1891, fixando-se, a princípio, na capital paulista. Em 1910, mudou-se para Mococa para projetar e construir a Igreja Nossa Senhora do Rosário, permanecendo na cidade devido ao grande número de moradias que projetou para fazendeiros de café do município. Também é autor do projeto da Casa de Misericórdia Carolina de Figueiredo. 

Há também nomes importantes, como o professor e arquiteto Giuseppe Sacchetti, atuante no interior e na capital do Estado de São Paulo e em Niterói. Segundo dados publicados em um artigo da Revista Pós FAU, 2018, sua cidade de origem e sua formação são desconhecidas. Porém, de acordo com o acervo da Hospedaria dos Imigrantes, sabe-se que imigrou para o Brasil em 1889 e fixou residência na cidade de São Paulo no final da década de 1910, onde realizou obras particulares e participou de concursos de obras públicas, dentre as quais o “Castelinho” da Rua Brigadeiro Luís Antônio e a Caixa Mútua de Pensões Vitalícias. Foi colaborador do escritório de Samuel das Neves por ocasião do Concurso da Penitenciária do Estado, de 1910. Além dos projetos arquitetônicos, Sacchetti atuou em exposições nacionais e internacionais e foi um dos responsáveis, dentro da Sociedade Dante Alighieri, pela construção do Monumento a Verdi.

Acesse a plataforma pelo endereço: https://arquitalianasaopaulo.iau.usp.br 

Fonte: Jornal da USP