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Artista italiano promoveu a ruptura da pintura tradicional paranaense

A Secretaria de Estado da Cultura do Paraná recebeu, nesta semana, a doação de 23 gravuras em metal do artista plástico italiano Guido Viaro, da coleção de Roselys Vellozo Roderjan. Doadas pela nora de Roselys, Claire Mathieu Roderjan, e com consultoria cultural de Marie Hélène Mathieu, as obras farão parte do acervo do Estado, no Museu de Arte Contemporânea e estarão disponíveis para apreciação do público em futura programação da secretaria.

A coleção acompanha catálogos e livros que documentam a trajetória do artista. Essas cópias nunca foram expostas e datam da década de 40. São raras, uma vez que Guido Viaro fazia pouquíssimas cópias de suas gravuras.

O trabalho de Viaro tem importância pela inovação da técnica de zincogravura em fundo preto. Suas obras têm um aspecto bem característico, com a constante presença de figuras humanas inseridas em estados comoventes de tristeza ou alegria. Com representações de cenas do cotidiano, procurava valorizar o ser humano e as temáticas sociais.

Segundo o ex-aluno e amigo pessoal Jair Mendes – hoje coordenador de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura -, “Guido Viaro promoveu a ruptura da pintura tradicional paranaense possibilitando a abertura para a arte contemporânea. Teve o grande mérito de incentivar seus alunos a marcarem presença mais marcante com obras livres se ousadas”.

Guido Pelegrino Viaro nasceu na Itália, em 1897, chegando no Paraná em 1930. Conheceu então os professores e pintores Theodoro De Bona e Alfredo Andersen. Em 1946 trabalhou ao lado de Poty na ilustração da revista O Joaquim. Como professor atuou em diversas instituições de arte, entre elas a Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Realizou diversas exposições no País e no exterior. Guido Viaro faleceu em Curitiba em 1971, sendo homenageado com um museu homônimo quatro anos depois.