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Berlusconi admite riscos de ataques terroristas

O premier italiano Silvio Berlusconi admitiu, nesta quinta-feira, que é possível um ataque terrorista na Itália, mas que "não é preciso se preocupar, já que estamos fazendo de tudo e estamos em estado de alerta máximo".

"Não é necessário se deixar levar pela angústia porque, apesar de existir um possível ataque, já estamos fazendo de tudo, através dos aparatos de segurança e de inteligência, e estamos em alerta máximo", disse Berlusconi a respeito da possibilidade de um ataque terrorista na Itália, destacando que, em todo caso, essa eventualidade "não está vinculada com a nossa presença no Iraque, visto que também atacaram países que não estão lá".

O premier italiano afirmou que seria um problema se o confronto levasse "ao choque de civilizações entre o Ocidente e o Islã", falando no conselho nacional da Força Itália, partido do qual é líder e fundador.

"Temos que colaborar com o Islã moderado", acrescentou Berlusconi, destacando que os ataques da "loucura homicida do terrorismo" têm como objetivo atingir os "países moderados", com a finalidade de impedir que estes "iniciem uma colaboração com o ocidente".

O chefe de governo declarou que essa é a opinião de todos os países do G8 e disse que o ocidente "percebe que o terrorismo é um ataque contra os países moderados". "Não querem que eles iniciem uma colaboração conosco", destacou.

"O ataque não é dirigido contra os Estados Unidos, Reino Unido ou Grã-Bretanha, mas contra os países moderados, porque querem evitar que esses tenham uma abertura para a democracia". "É com esses olhos que precisamos enxergar o terrorismo", acrescentou o premier.

Com relação aos mais de três mil militares italianos enviados ao Iraque, Berlusconi sustentou que "é nosso dever estar no Iraque". "Por que deveríamos retirar nossas tropas desse país e não da Bósnia ou de Kosovo? Nossa missão no Iraque é bem-sucedida".

"Onde agem nossos militares existe a paz, os hospitais, as escolas funcionam e o povo gosta de nós", acrescentou Berlusconi, reiterando que a presença de "nossos soldados no Iraque custa o mesmo que as missões no Kosovo e na Bósnia".

"Nossos soldados no Iraque estão felizes por estarem lá. São militares conscientes da decisão tomada: a decisão de participar de missões que certamente possuem componentes de maior risco".

Berlusconi destacou o "coro de consenso" que acompanha o trabalho das tropas de seu país. "Disso temos que ficar orgulhosos", finalizou.