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Berlusconi nomeia Siniscalco ministro da Economia

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, nomeou hoje Domencio Siniscalco para ministro da Economia, substituindo Giulio Tremonti, exonerado em meio à crise na aberta coalizão de governo pelos últimos tropeços eleitorais.

Siniscalco, de 50 anos, atual diretor-geral do Tesouro e estreito colaborador de Tremonti, foi professor universitário e conselheiro de diversas empresas, entre elas a petroleira ENI e a Telecom Itália. A posse do novo ministro aconteceu no Palácio do Quirinal, diante do presidente da República, Carlo Azeglio Ciampi.

A designação para a pasta da Economia, que era ocupada interinamente pelo próprio Berlusconi, havia se transforado em um dos problemas no caminho da solução da crise dentro da aliança conservadora.

Com a confirmação paralela do resto dos ministros, o chefe do governo renuncia a uma remodelação mais ampla do gabinete, após as infrutíferas negociações para incorporar neste todos os líderes da coalizão.

O último a renunciar foi o secretário dos democratas-cristãos da UDC, Marco Follini, o mais beligerante e exigente durante toda a crise, ao ponto de propiciar, em plenas negociações internas, a derrota do governo na comissão parlamentar de vigilância da televisão pública RAI.

No entanto, Follini e seu partido se comprometeram a continuar no Executivo, em vez de lhe dar seu apoio de fora, como tinham ameaçado, o que Berlusconi utilizou como sinal para a nomeação do novo ministro da Economia.

"Tomo nota com satisfação de que o Conselho Nacional da UDC garante a estabilidade e o governo e confirma sua plena adesão à maioria de governo", disse por escrito o líder conservador antes de proceder a sua designação. Na mesma nota, reitera a disponibilidade de continuar negociando outras reivindicações do partido dos democratas-cristãos.

A decisão do primeiro-ministro de nomear o novo titular de Economia foi aplaudida ("porque põe fim a uma tempestuosa etapa") por seu vice-presidente e líder de Aliança Nacional (AN), Gianfranco Fini, que foi quem há duas semanas pediu a cabeça de Tremonti.

A Liga Norte também comemorou a nomeação, pois se opunha à possibilidade de o substituto de Tremonti - seu melhor aliado no governo - ser um homem da AN ou da UDC.

A designação do novo ministro da Economia não fecha a crise na coalizão de governo, já que restam ainda por resolver grandes divergências, sobretudo entre a Liga e a UDC no que diz respeito à reforma federal do Estado.