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Berlusconi quer mudar lei eleitoral para favorecer estabilidade

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, pediu nesta segunda-feira uma mudança na lei eleitoral para favorecer a governabilidade e uma maior estabilidade que, segundo sua opinião, não podem ser obtidas com a atual normativa.

Em declarações a uma rede de televisão, Berlusconi lamentou que a atual abundância de partidos impeça a presença de coalizões estáveis e em algumas ocasiões leve consigo problemas que prejudicam a união do governo.

"Por isso propus a criação de uma única formação que reúna todos os partidos da centro-direita e isso poderia estimular a centro-esquerda a fazer o mesmo. Assim nossa democracia teria duas forças e os eleitores poderiam decidir com mais facilidade", afirmou o chefe do Executivo.

Berlusconi lembrou que durante a legislatura anterior (1996-2001) a centro-esquerda governante "foi obrigada a formar quatro governos e depois escolher outro candidato diferente nas eleições seguintes".

A intenção de Berlusconi é promover um modelo eleitoral que recompense os partidos mais votados e evite a dispersão de votos entre os pequenos partidos.

Na questão econômica, Berlusconi falou da recente queda de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2005 que, somada à baixa de 0,4% entre outubro e dezembro passado, levaram a Itália a uma recessão.

Em relação a isto, Berlusconi disse que a Itália "não aumentou o peso da dívida pública sobre o PIB. De fato, diminuiu. Acho que não se podia fazer melhor do que foi feito".

Berlusconi disse que foi ele quem impediu um acordo iminente para a renovação do convênio dos servidores públicos, porque "não me parecia justo fechá-lo como estava previsto", com uma alta média de 111 euros (140 dólares) ao mês.

"Em um momento como o atual, em que é preciso se preocupar com uma despesa pública excessiva, os cidadãos não podem dar aos empregados públicos 111 euros, enquanto estas mesmas pessoas, em empregos privados, têm alta média de 86 euros. Isto não é correto", afirmou.