Cantor italiano recusa trabalhar na RAI pela falta de liberdade
O cantor italiano Adriano Celentano recusou a direção e a apresentação de um programa na cadeia estatal RAI, por considerar que não teria a garantia de expressar suas opiniões.
Vários jornais italianos publicaram, hoje, a carta que Celentano enviou à direção da RAI, na qual afirma que acaba com as negociações que ele manteve nos últimos meses, referentes a sua participação numa série de programas no segundo semestre de 2005.
Não voltarei a RAI até que me garantam a liberdade de expressão que sempre tive, escreveu o cantor. Segundo os jornais, os dirigentes da estatal exigiam serem previamente informados do conteúdo apresentado nos programas que fosse conduzir.
Celentano reconhece que uma cadeia de televisão tem o direito de instaurar uma série de regras na transmissão, mas que, no caso da RAI, por ser uma empresa de serviço público, deveria permitir às pessoas a possibilidade de avaliar se as coisas são justas ou insensatas. É um elemento básico para uma democracia que corre o risco de vacilar, completa.
Segundo a agência EFE, os dirigentes da RAI se adiantaram ao precisar que queriam unicamente um conhecimento geral do conteúdo a ser transmitido e determinar que o próprio artista assumisse a responsabilidade plena de seus atos perante a lei.
Outras fontes da emissora dizem que, por trás dessa ruptura, há também um desacordo econômico, visto que programas anteriores apresentados por Celentano na mesma cadeia de TV, caracterizaram-se por altos custos.
Com uma extensa e exitosa carreira como cantor - que ainda o coloca sempre entre os primeiros lugares na lista dos mais vendidos a cada CD que lança -, Celentano esteve à frente de programas produzidos pela RAI, em anos anteriores, que alternavam música a entrevistas e a monólogos polêmicos.
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