Cozinha italiana candidata a patrimônio da humanidade pela UNESCO
Em Paris, o embaixador da Itália na UNESCO, Liborio Stellino, entregou, nesta quarta-feira (29), o dossiê de candidatura da culinária italiana a Tim Curtis, chefe da Lista do Patrimônio Imaterial da Humanidade da UNESCO.
A seguir o comunicado de imprensa oficial de Roma:
O Ministério da Agricultura, Soberania Alimentar e Florestas, representado pelo Ministro Francesco Lollobrigida, e o Ministério da Cultura, representado pelo Ministro Gennaro Sangiuliano lançam a candidatura da cozinha italiana à Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
A cozinha italiana não é apenas comida ou um simples livro de receitas, mas um conjunto de práticas sociais, hábitos e gestos que nos levam a considerar a preparação e o consumo de uma refeição como um momento de partilha e de encontro. É o ritual coletivo de um povo que concebe a comida como elemento cultural de identidade.
Na Itália, cozinhar é uma forma de cuidar da família e dos amigos (quando feito em casa) ou dos clientes (quando feito em um restaurante). É um mosaico de muitos saberes locais, uma expressão de criatividade e saber que se torna tradição e se transmite entre gerações. É também uma forma de proteção da biodiversidade, baseada no não desperdício, na reutilização de restos de comida e nos produtos sazonais dos vários territórios.
A culinária italiana faz parte da nossa história e é um patrimônio de 60 milhões de italianos que vivem no país, de 80 milhões de italianos e seus descendentes que vivem fora do país e de muitos estrangeiros que amam e se inspiram no estilo de vida italiano.
A candidatura "Cozinha italiana entre sustentabilidade e diversidade biocultural", apoiada pelo Comitê Científico presidido pelo professor Massimo Montanari e aprovada hoje pelo Conselho de Administração da Comissão Nacional Italiana da Unesco, é promovida por três comunidades: a Accademia italiana della Cucina, uma instituição cultural da Repubblica, fundada em 1953 por Orio Vergani, que possui mais de 80 escritórios no exterior, 220 na Itália e mais de 7.500 acadêmicos associados; a Fondazione Casa Artusi, fundada em 2007 com o objetivo de promover a "comida caseira italiana" como declinava Pellegrino Artusi, desde a segunda metade do século XIX; La Cucina Italiana, fundada em 1929, é a revista gastronômica mais antiga do mundo ainda nas bancas. Entre as várias comunidades que apoiam a candidatura, destacam-se Slow Food, ALMA (Escola Internacional de Cozinha Italiana), ANCI (Associação Nacional de Municípios Italianos) e UNPLI (União Nacional de Pro Loco d'Italia).
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