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Gondoleiros venezianos em greve

Os gondoleiros de Veneza fizeram, nesta sexta-feira, uma greve geral em protesto contra o elevado número de barcos a motor que navegam nos canais, os quais geram grande quantidade de ondas e dificultam o trabalho dos que utilizam embarcações a remo.

Meia centena de gondoleiros pararam, esta manhã, seus barcos no popular canal de São Marco e outros 50 o fizeram em outros pontos da cidade para aderir ao protesto, convocado de madrugada pelos representantes dos mestres de remo venezianos. "Por aqui passa tudo, desde cruzeiros e táxis aquáticos até barcas de transporte particulares que inclusive, às vezes, simulam uma urgência para poder ir mais rápido", afirmou um dos porta-vozes dos gondoleiros, Antonio Silvestri.
Além disso, a falta de vigilância na área permite que os barcos, e especialmente, os táxis aquáticos, ultrapassem os limites de velocidade, denunciou Silvestri, que está há três décadas à frente de sua gôndola.
O problema, afirmou o gondoleiro, é que "existe uma anarquia total em toda a laguna e no interior dos canais, onde rege a lei do mais forte".

As queixas destes profissionais vão além. Eles se sentem desprotegidos pela Instituição para a Conservação da Gôndola - órgão oficial de defesa dos direitos dos gondoleiros - que, na opinião deste setor, "não faz nada". "O ente que teria que nos proteger administra as licenças e nos põe dificuldades sem chegar a resolver os verdadeiros problemas do tráfego aquático", afirmou Silvestri.

Não é a primeira vez que a entidade dos gondoleiros realiza ações para denunciar esta situação. Há anos o setor se nega em bloco a participar da Regata Histórica, uma das mais célebres corridas pelos canais de Veneza.