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Imigração italiana no Nordeste do BR: História, legado e cultura

A imigração italiana no Brasil é um marco histórico que moldou a identidade cultural de diversas regiões do país, com destaque para o Sul e Sudeste. No entanto, o Nordeste também recebeu, embora em menor escala, a influência de imigrantes italianos, que deixaram um legado cultural significativo. Este artigo explora a história da imigração italiana no Nordeste, os municípios colonizados, os principais sobrenomes de descendentes, as festas que celebram essa herança e onde encontrar documentos para reconhecimento da cidadania italiana.

Histórico da imigração italiana no Nordeste do Brasil

A imigração italiana no Nordeste do Brasil teve início no período colonial, com registros de italianos, como o nobre florentino Filippo Cavalcanti, na Capitania de Pernambuco no século XVI. Contudo, foi no final do século XIX que tentativas mais organizadas de colonização ocorreram, impulsionadas por fatores socioeconômicos na Itália e pela demanda por mão de obra no Brasil, após a abolição da escravatura em 1888. A Itália enfrentava crises econômicas, desemprego, crescimento populacional e dificuldades decorrentes do processo de unificação – Risorgimento -, o que levou milhões de italianos a emigrarem em busca de melhores condições de vida.

A dificuldade para atrair grande número de imigrantes italianos no Nordeste e fixá-los na agricultura é atribuída ao clima, à escassez de terras e à prosperidade relativa. 

Entre 1891 e 1899, quatro tentativas de colonização italiana foram feitas no Nordeste, especialmente na Bahia e em Pernambuco. No entanto, essas iniciativas foram majoritariamente frustradas devido ao clima quente, à pobreza local e à dificuldade de adaptação dos imigrantes a cultivos tropicais, como algodão, fumo, açúcar e cacau, que exigiam técnicas desconhecidas por eles. Na Bahia, uma colônia de imigrantes das regiões Emilia-Romagna e Le Marche dissolveu-se rapidamente. Em Pernambuco, 40 famílias italianas assentadas na região de Suassuma, oriundas principalmente de Cosenza, Salerno e Potenza, enfrentaram dificuldades e, em sua maioria, foram transferidas para São Paulo ou retornaram à Itália em 1898. No Piauí e no Pará, tentativas de estabelecer núcleos italianos também não prosperaram.

Estima-se que, entre 1875 e 1910, cerca de 1,5 milhão de italianos chegaram ao Brasil, mas apenas uma pequena fração, aproximadamente 150 mil descendentes, fixou-se no Nordeste, com maior concentração em áreas urbanas como Salvador (BA) e Recife (PE). A maioria dos imigrantes que permaneceram no Nordeste era originária do sul da Itália, especialmente das províncias de Cosenza, Salerno e Potenza, diferentemente do Sul do Brasil, onde predominavam imigrantes do Vêneto e da Lombardia.

No início do século XX, a colônia italiana, por exemplo, era relativamente numerosa em alguns estados. Segundo Franco Cenni, na obra “Italianos no Brasil”, os números eram aproximadamente os seguintes: 700 em Pernambuco; 600 na Paraíba; 350 no Ceará; 150 em Alagoas; 100 no Maranhão; 70 no Rio Grande do Norte; e 30 no Piauí. Esses imigrantes desenvolviam suas atividades nas cidades, ou em função das cidades, comportando um grande número de artesãos e pequenos comerciantes.

Principais municípios colonizados por italianos no Nordeste

Na região Nordeste do Brasil, os imigrantes italianos escolheram principalmente a Bahia e Pernambuco, sobretudo pelo fato de estes serem os estados nordestinos com os maiores índices de desenvolvimento econômico na época. Entretanto, outros estados — sobretudo a Paraíba, Ceará e Alagoas — também atraíram peninsulares, que formaram grupos de expressiva influência social, política e econômica nas sociedades locais.

Segundo Vittorio Capelli (Università della Calabria - Janeiro/Dezembro 2010), na obra La presenza italiana in Amazzonia e nel nordest del brasile tra otto e novecento, os principais municípios do Nordeste com presença italiana incluem:

Fortaleza (Ceará)

A principal cadeia migratória com destino a Fortaleza parte de Tortora, uma pequena vila calabresa localizada na costa do Tirreno, na divisa com a Basilicata. Um expoente bem-sucedido desta cadeia migratória é Francesco D’Angelo, um rico importador de calçados, que em 1932 anunciou seu negócio exibindo a imagem da “Casa Veneza”, o edifício art déco que abriga seu negócio, e outro edifício de sua propriedade na central Rua Floriano Peixoto. A especialidade dos imigrantes calabreses de Tortora parece ser lavanderias e tinturarias. Nesta atividade há também um pequeno protagonismo feminino. Anna Cunto, que chegou ao Brasil em 1895, abriu uma lavanderia elétrica em Fortaleza em 1919, que ainda estava ativa na década de 1930.

Mas outras atividades também surgem: o comércio de automóveis e máquinas de costura, empórios de produtos italianos, artigos de alfaiataria e produtos alimentícios.

Empresa fundada em 1880, para importação de produtos alimentícios e a retrosaria da Europa demonstra a precocidade desta imigração, confirmado pela chegada ainda mais precoce do calabrês Carlo Mesiano, que abriu uma joalheria em 1870. Seu filho Henrique seria mais tarde um pioneiro do cinema em Fortaleza, fundando o Cinema Rio Branco (1909), juntamente com outro calabrês, Roberto Muratori, relojoeiro.

Outro pioneiro do cinema em Fortaleza é o napolitano Vittorio Di Maio, que, após introduzir o cinema no Rio de Janeiro (1896) e em São Paulo (1899-1902), decidiu abrir o Cinema Art Nouveau em Fortaleza (1908-1914). Também aqui, como em Belém e em outros lugares, é um italiano quem satisfaz a paixão parisiense típica da belle époque brasileira.

Natal (Rio Grande do Norte)

O agente consular italiano em Natal, em 1919, é imigrante de Battipaglia (Salerno), que se dedica ao comércio internacional: exporta cascos de tartaruga e importa vinhos e licores da Europa. 

Alguns imigrantes italianos que chegaram ao Brasil na década de 80 do século XIX, eles escolhem tornarem-se comerciantes em Natal, no início do novo século. E na década de 1920, imigrantes italianos continuaram a chegar a Natal, vindos de outros lugares do Brasil: é o caso da alfaiataria “Amazonas”, aberta por um imigrante originário de Maratea (Potenza), e da lavanderia “Savoia”, administrada por um calabrês de Tortora.

Mesmo na pequena Natal, a imigração italiana teve algumas implicações culturais: em 1910, o governador do Rio Grande do Norte nomeou o violoncelista Tommaso Barbini, de Faenza, como professor de música; e em 1929, o prefeito Omar O'Grady, de origem e formação norte-americana, confiou o "Plano de Expansão Urbana de Natal" ao arquiteto italiano Giacomo Palumbo, que já havia atuado em projetos públicos no Recife.

João Pessoa (Paraíba)

Os imigrantes italianos em João Pessoa têm uma associação própria desde 1890. Quarenta anos depois, os italianos ainda são conhecidos por suas iniciativas em comércio e construção. O agente consular, na década de 1930, era Vicente Cozza, comerciante de tecidos e perfumes. A alfaiataria parece ser a atividade preferida de muitos italianos, mas certamente a atividade mais lucrativa, nas décadas de 1920 e 1930, eram as construções, nas quais dois arquitetos se envolveram com sucesso: Ermenegildo Di Lascio, presidente da Sociedade Italiana de Beneficência e Venerável Mestre da Loja Maçônica “Branca Dias”, e Giovanni Gioia, secretário do Fáscio no Exterior de João Pessoa. Ainda nesta área de atuação, a Associação Comercial do Estado da Paraíba, prédio construído por Di Lascio, em 1919.

Os imigrantes italianos que chegavam ao estado da Paraíba preferiam se estabelecer nos maiores centros econômicos, como João Pessoa e Campina Grande, mas houve também núcleos em Mamanguape, Pilar e cidades do Brejo, como Areia, Solânea, Alagoa Grande e Bananeiras, região de clima mais ameno, em razão das altas altitudes do Planalto da Borborema, das chuvas regulares e dos solos férteis.

Recife (Pernambuco)

Entre os muitos italianos que chegaram ao Recife, geralmente artesãos e pequenos comerciantes, alguns começaram como mascates (vendedores ambulantes). Existiam muitos artesãos especializados em metalurgia (bobinadores, funileiros, fundidores), atraídos pelas usinas de beneficiamento de açúcar. E o acesso a uma dimensão industrial (metalurgia, têxteis, calçado, bebidas...) também não era incomum. O maior grupo de italianos no Recife era originário de Trecchina, uma cidade da Basilicata, caracterizada por uma forte tradição artesanal, na qual se destacavam os caldeireiros e os ourives. Os imigrantes de Trecchina desenvolviam atividades comerciais e industriais, como é o caso dos irmãos Lucchesi e dos irmãos Vita. Estes últimos, que chegaram ao Brasil em 1880, possuíam fábricas de refrigerantes (refrigerantes, água mineral, guaraná, etc.), tanto em Recife quanto em Salvador. Muitos se dedicavam à metalurgia e às fundições a céu aberto. Outros italianos tinham fábricas de calçados, chocolates e massas. Outros ainda importam máquinas de escrever Olivetti. Outros abriram sapatarias, alfaiates e lavanderias.

Às vezes, o sucesso econômico tinha saídas culturais e artísticas: é o caso da família de Vincenzo La Greca, um imigrante de Santa Domenica Talao, cidade calabresa localizada quase na fronteira com Basilicata. Ele era dono de uma usina de açúcar em Palmares. Um de seus doze filhos, Vicente Murillo La Greca (1898-1985), formado no Rio, tornou-se um pintor consagrado, também especialista na técnica do afresco, após ter estudado e vivido em Roma e em Santa Domenica Talao, por vários anos (1919-1925; 1936-1939). Em 1940, Murillo La Greca retornou definitivamente ao Recife para afrescar a igreja de Nossa Senhora da Penha (1869-1882), projetada e construída em estilo eclético com fundamentos neoclássicos por um missionário capuchinho, o padre Francesco da Vicenza, usando como modelo a igreja de Santa Maria Maggiore em Roma é um ponto de referência.

Por fim, outra presença italiana que se faz sentir na arquitetura foi a de Giacomo Palumbo. Essa é a mesma pessoa a quem foi confiado o novo plano urbanístico de Natal, já mencionado. No Recife, Palumbo é o autor do projeto neo-renascentista do Palácio da Justiça (1924-1930) e, posteriormente, do projeto da Ponte Duarte Coelho (1943).

Maceió (Alagoas)

Em 1925, o agente consular italiano em Maceió é Antonio Gerbasi, um imigrante que chegou ao estado de Alagoas, em 1884, vindo de Vibonati, uma pequena cidade no baixo Cilento (Salerno). Gerbasi possui um grande empório comercial desde 1898. Oficinas de comércio e artesanato envolvem todos os italianos da cidade. Há inúmeras lojas de calçados e alfaiates.

Aracaju (Sergipe)

Poucos são poucos os italianos que se dirigem à Aracaju, mas o importante foi a sua presença do ponto de vista qualitativo. Nicola Mandarino, de Vibonati (Salerno), que chegou a Aracaju vindo da Bahia, no início do século XX, obteve grande sucesso. Ele possuiu uma grande marcenaria mecânica, uma fábrica de sabão e um armazém têxtil, graças aos quais passou a fazer parte da elite sergipense e da maçonaria local.

A Loja Maçônica Cotinguiba, fundada em 1872, destacava-se pelo espaço que oferecia aos estrangeiros, cuja integração ela sancionava, tornando-se, a partir disso, o mais moderno e eclético instrumento de representação social da elite local. Dessa posição privilegiada, Mandarino favoreceu a chegada a Aracaju de uma “missão artística” italiana que, a partir de 1918, renovou o traçado e o mobiliário urbano da cidade, dando-lhe um rosto moderno.

O principal construtor de Aracaju é Federico Gentile, um calabrês de Paola, e o arquiteto mais importante é Bellando Bellandi, responsável pela criação da fachada do Palácio do Governo em estilo eclético, que se tornou um modelo estético para as residências privadas da oligarquia local. Ele então transferius-e para Salvador, na Bahia, onde trabalhou principalmente como escultor.

Salvador (Bahia)

Os italianos estavam presentes em Salvador de forma organizada, já na década de 1860 (o nascimento de uma Sociedade Italiana de Recreação e Benefício remonta a 1861). No final da década seguinte, chegaram os primeiros imigrantes de Trecchina, presentes na comunidade italiana do Recife. O povo de Trecchina deu vida à colônia italiana de Jequié, cidade no interior da Bahia, a cerca de 350 quilômetros de Salvador. No início do novo século, muitos artesãos e comerciantes italianos operavam na Baixa dos Sapateiros e nas ruas próximas do centro histórico da capital. Havia cerca de quinhentos imigrantes no total, a maioria de Trecchina, da cidade calabresa vizinha de Laino Borgo e de outras cidades na fronteira entre Basilicata e Calábria.

A Pastelaria Triunfo, na esquina da Baixa dos Sapateiros com a Ladeira da Saúde, era ponto de encontro regular dos italianos. Alguns deles também atuavam na indústria de pequena escala (massas, laticínios, calçados, bebidas).

Na década de 1930, havia pelo menos duas fábricas de massas italianas: “Brasil” e “Progresso”. Além disso, não havia escassez de alfaiatarias e era destaque uma fábrica de camas. Uma monografia de Thales de Azevedo registrou a existência de 1.500 italianos em 1920 e listou a presença de 250 sobrenomes italianos na Bahia.

Os irmãos Scaldaferri exportavam café, cacau e tabaco. Neste grupo, Sante Scaldaferri (Salvador, 1928), artista plástico de renome nacional na segunda metade do século XX no Brasil, pertencia à família. Mas o seu caso não era isolado da presença cultural de ascendência italiana. Na década de 1930, por exemplo, houve a curiosa presença de uma Barbearia Futurista, em homenagem ao movimento de vanguarda fundado por Marinetti. E já em 1903, o escultor italiano Pasquale De Chirico, de Venosa in Basilicata e aluno do realista napolitano Achille D’Orsi, trabalhava em Salvador. Após dez anos de trabalho em São Paulo, onde abriu uma fundição, De Chirico, a convite do engenheiro Teodoro Sampaio (importante intelectual baiano, conhecido em todo o Brasil), mudou-se para Salvador, onde viveria e trabalharia por quarenta anos. Os principais monumentos escultóricos da cidade são seus. O próprio Carlos Chiacchio, principal animador da cultura literária soteropolitana na primeira metade do século XX, é de clara origem italiana.

Além disso, em 1913, o arquiteto nômade Filinto Santoro mudou-se para Salvador, após sair de Belém. Por cerca de dez anos, Santoro construiu edifícios públicos de considerável importância, participando de papel preponderante na modernização urbana da antiga capital do Brasil, que passava por um processo de transformação que assumiu ritmos muito acelerados e aspectos radicais e polêmicos durante os anos do governo de José Joaquim Seabra (1912-16). Entre as intervenções de Santoro, destaca-se um Quartel de Bombeiros, construído ao longo da Baixa dos Sapateiros, que na sua ideia de projeto é visivelmente inspirado, sem qualquer mediação cultural ou estética, no Palazzo Pubblico de Siena.

Tendo estabelecido boas relações com os governadores do Estado da Bahia, Santoro também recebeu a tarefa de ampliar e reformar edifícios públicos importantes: o Mercado Modelo, o Palácio da Aclamação, residência do governadores e, em colaboração com Giulio Conti e Arlindo Fragoso, o Palácio Rio Branco, sede do governo. Em 1918-19, Santoro também criou um projeto privado: o cine-teatro Kursaal-Bahiano, um exemplo tardio do art nouveau, com uma sala para 1.200 lugares, tecnologicamente vanguardista, que foi remodelado na década de 1950 e finalmente destruído e substituído por um cine-teatro projetado por Lina Bo Bardi em 1986.

Antes de deixar Salvador, no início da década de 1920, o engenheiro Santoro empreendeu um último projeto: a Avenida Oceânica, que, terminando no Farol da Barra, com vista para o oceano, representa de certa forma sua despedida do Brasil, antes de cruzar o Atlântico pela última vez. Assim termina uma história profissional, que pode ser considerada emblemática da presença cultural e artística italiana na época da grande emigração transoceânica, com a qual Santoro também entrou em contato sistematicamente. Uma presença marcante, a de arquitetos e artistas italianos, que percorreu todo o Brasil, do Rio e São Paulo às regiões e cidades mais periféricas, tornando-se veículo e filtro da cultura artística europeia entre os séculos XIX e XX.

Famílias que desembarcaram em hospedaria em SP, em 1890

Principais sobrenomes de descendentes de italianos no Nordeste

Os descendentes de italianos no Nordeste carregam sobrenomes que refletem suas origens, muitas vezes adaptados ou "abrasileirados" devido a registros imprecisos na chegada ao Brasil. Entre os mais comuns no Nordeste, destacam-se:

- Cavalcanti (ou Cavalcante): Originário de Florença, é um dos sobrenomes mais antigos e proeminentes no Nordeste, especialmente em Pernambuco, ligado à família de Filippo Cavalcanti desde o período colonial.

-Greco: Com raízes no sul da Itália, este sobrenome é comum em áreas urbanas como Salvador e Recife, muitas vezes associado à influência grega na Itália meridional.

- Rossi, Bianchi, Ferrari, Colombo, Conti: Embora mais frequentes no Sul e Sudeste, esses sobrenomes aparecem no Nordeste, especialmente em comunidades urbanas.

- Maricato, Di Tullio: Menos comuns, mas presentes em famílias que se estabeleceram em cidades como Salvador, esses sobrenomes refletem origens no sul da Itália, como Campânia e Puglia.

Segundo o livro “A presença italiana na Paraíba”, de Alfio Ponzi, parte das famílias italianas que imigraram para a Paraíba, entre 1870 e 1930, tinham os seguintes sobrenomes: Abenante, Andrea, Doia, Apratto, Belli, Bichieri, Bocarelli, Cahino, Cantalice, Cantisani, Carbone, Cariolo, Castor, Cesarino, Chiacchio, Chianca, Ciraulo, Cirne, Congliere, Conte, Cosentino, Cozza, Creosola, Crudo, Dalia, D'Andrea, Di Lascio, Di Lorenzo, Di Pace, Dore, Espinola, Falcone, Faraco, Franca, Finizola, Fiorentino, Gerbasi, Germoglio, Giacomo, Gibelli, Gioia,Grillo, Grisi, Grecca, Guadagni, Guarnieri, Iaceli, Imbelloi, Iorio, Italio, Lauria, Lascio, Lianza, Lombardi, Lorentino, Magliano, Marsicano, Pavan, Pecorlli, Perazzo, Petrucci, Picorelli, Pizza, Poggetti,Ponzi, Protto,Primola, Prota, Rattacaso, Ricucci, Ritondale, Rivello, Sabella, Scarano, Sibelino, Sorrentino, Spinelli, Timoteo, Troccoli, Valentino, Visani, Zaccara.

Convém atentar que o abrasileiramento de alguns sobrenomes, como a transformação de "Rossi" em "Rosse" ou "Di Tullio" em "Tulio", é comum devido a erros de registro ou adaptações linguísticas, o que pode dificultar pesquisas genealógicas.

Festas Alusivas à Imigração Italiana no Nordeste

As festas que celebram a herança italiana no Nordeste são menos numerosas que no Sul do Brasil, mas ainda assim refletem a influência cultural dos imigrantes. As principais incluem:

Festa de San Gennaro, em Rio Vermelho, em Salvador, Bahia

- Festa de San Gennaro (Salvador, BA): Realizada anualmente em setembro, no bairro de Itapagipe, a festa homenageia o padroeiro de Nápoles, San Gennaro, com missas, procissões e eventos gastronômicos que destacam pratos italianos como massas e pizzas. É uma celebração que atrai descendentes e a comunidade local, reforçando os laços com a cultura napolitana.

Evento promovido pela Casa D'Italia, em Recife

- Festa Italiana de Recife (PE): Organizada esporadicamente na capital pernambucana, geralmente em outubro, a festa celebra a cultura italiana com apresentações musicais, danças folclóricas como a tarantela e estandes de comida típica. O evento é promovido por associações de descendentes e pelo consulado italiano. Além disso, eventos culturais também são realizados, como exposições, mostras de cinema e eventos gastronômicos que celebram a herança italiana, geralmente entre setembro e novembro, em datas alinhadas com comemorações nacionais italianas.

Onde pesquisar sobre documentos para a cidadania italiana no Nordeste

Arquivo Nacional (Rio de Janeiro): A base de dados “Entrada de Estrangeiros no Brasil – Porto do Rio de Janeiro” contém registros de imigrantes que entraram entre 1875 e 1910, incluindo os que se dirigiram ao Nordeste. A busca pode ser feita pelo Sistema de Informações do Arquivo Nacional (Sian), digitando “OL” no campo “Código de referência”.
 
Arquivo Público do Estado da Bahia (Salvador, BA): Possui registros de imigrantes italianos que se estabeleceram na Bahia, especialmente em Salvador, com documentos como listas de passageiros e registros de entrada.
 
Arquivo Público do Estado de Pernambuco (Recife, PE): Contém informações sobre os imigrantes de Suassuma e outros que se fixaram em Recife, incluindo certidões de desembarque.
 
Museu da Imigração (São Paulo, SP): Embora localizado fora do Nordeste, o museu possui um acervo digital com registros de imigrantes que passaram por São Paulo, mas que podem ter se deslocado para o Nordeste.
 
FamilySearch: Plataforma online gratuita que oferece acesso a registros genealógicos italianos e brasileiros, útil para localizar certidões de nascimento e casamento na Itália.

Brasil, Bahia, Salvador, Relações de passageiros e imigrantes, 1855-1964

Consulado Italiano em Recife: O Consulado da Itália em Recife é responsável pelos Estados da Região Nordeste do Brasil: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Verifique aqui informações sobre a cidadania italiana 
 
Celebrar os 150 anos da imigração italiana no Brasil, em 2025, é uma oportunidade para valorizar essa história de resiliência e integração cultural no Nordeste.