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Terrorista Cesare Battisti revela que Lula sabia de seus crimes

O terrorista italiano Cesare Battisti (67) criticou o pré-candidato e ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em cartas enviadas ao repórter Lucas Ferraz, da Folha de São Paulo. Battisti, que recebeu asilo político no Brasil quando o PT governava o país, escreveu que "há muita coisa para esclarecer, outras a desmentir. Inclusive algumas declarações falsas do Lula".

Ele continuou: "Todos sabemos que Lula é capaz de tudo para colocar de novo a faixa de presidente. O animal político que nunca se contradiz. Aconteceu também comigo de admirar seu cinismo político (no sentido vulgar do termo) e o extraordinário jogo de cintura".

Battisti reconhece que o partido e seu líder-maior fizeram muito por ele, mas se sente descartado. Seu incômodo e a disposição para falar a respeito surgiram após o pedido de desculpas do ex-presidente em rede nacional na Itália, no ano passado, quando reconheceu o erro de tê-lo mantido no Brasil.

“Aconselharam Lula a fazer isso se quisesse recuperar parte dos setores que votaram em Bolsonaro, ele não hesitou. Mesmo que para isso tivesse que mentir despudoradamente, dizendo que ele e Tarso Genro [ex-ministro da Justiça do governo Lula] não sabiam de nada”, disse.

Battisti está preso na Corigliano Rossano, penitenciária localizada na região da Calábria, na Itália, condenado por quatro homicídios entre as décadas de 1960 e 1980. Membro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo, Battisti foi apontado como autor dos disparos que mataram o agente penitenciário Antonio Santoro e o motorista de uma divisão da polícia de combate ao terrorismo Andrea Campagna. O terrorista ainda foi condenado por dar cobertura durante o assassinato do açougueiro Lino Sabbadin e por coidealizar a morte do joalheiro Pierluigi Torregiani.

Mesmo condenado pelo judiciário italiano, Battisti conseguiu escapar por 14 anos da extradição no Brasil, muito pelo esforço de Lula e do PT para mantê-lo no país. O ministro do STF Luís Roberto Barroso foi seu advogado no processo de extradição na corte encerrado em 2010, antes ainda de virar ele próprio um integrante do Supremo

Fonte da matéria: Folha de São Paulo via Terra Brasil Notícias