Italianos consideram seus ganhos desproporcionais a uma vida "decente"
Estudo divulgado na última segunda-feira (25) apontou que 70 por cento dos italianos consideram que não ganham o suficiente para ter um estilo de vida "decente", sinalizando que a população está sofrendo os efeitos das dificuldades econômicas.
Segundo o ISAE, instituto de pesquisas financiado pelo governo, que conduziu a sondagem, a proporção das pessoas "subjetivamente pobres" - aquelas que dizem poder comprar as coisas necessárias, mas não os supérfluos - disparou nos últimos dois anos.
"A pobreza subjetiva cresceu continuamente desde o início da pesquisa (em 2000), primeiro devagar e depois adquirindo velocidade. No ano passado, houve um aumento muito rápido", disse o ISAE, que entrevistou 24 mil famílias. O índice da "pobreza subjetiva" reflete a relação entre a renda dos italianos e suas aspirações. O aumento expressivo indica a sensação generalizada de que o poder de compra caiu nos últimos dois anos.
A pesquisa segue uma série de dados econômicos negativos, e vem no momento em que os políticos se preparam para as eleições gerais marcadas para maio, nas quais a economia deve ser um tema determinante.
O ISAE detectou que o "nível da pobreza subjetiva" - a renda mínima mensal para um "padrão de vida decente" - é de 1.250 euros para uma pessoa solteira e de 2.600 euros para uma família numerosa.
O nível da "pobreza subjetiva" é cerca de dez vezes maior que o da chamada pobreza absoluta, disse o ISAE. Cerca de 6,8 por cento dos lares ganham menos do que precisam para a sobrevivência.
A Itália entrou em recessão no primeiro trimestre do ano - o Produto Interno Bruto (PIB) encolheu 0,5 por cento, depois de ter caído 0,4 por cento nos três meses anteriores. A confiança do consumidor, também medida pelo ISAE, estava em julho no nível mais baixo em 13 meses.
Muitos italianos reclamam que os preços ao consumidor dispararam quando as cédulas e moedas do Euro substituíram a lira, em 2002, afirmando que os aumentos salariais não acompanharam a inflação, na terceira maior economia da zona do Euro.
Um dos luxos mais simples da Itália é comer fora, numa pizzaria ou cantina, mas isso está se tornando uma raridade, afirmam donos de restaurantes.
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