Padres australianos pedem ao Vaticano fim do celibato
O Conselho Nacional que reúne os padres católicos da Austrália fez um apelo ao Vaticano para que abandone a obrigação do celibato, com o objetivo de deter a queda de vocações sacerdotais, informa hoje a imprensa local, citada pela AFP.
Segundo o "Sydney Morning Herald", no mês passado o Conselho Nacional de Sacerdotes enviou mensagem ao sínodo de bispos do Vaticano, pedindo que o matrimônio deixe de ser obstáculo às ordenações, e que a Igreja permita a reintegração de sacerdotes que deixaram o clero para casar-se.
O padre Hal Ranger, presidente do Conselho, disse ao diário que essas mudanças são necessárias para garantir que os católicos continuem tendo acesso aos sacramentos. O Conselho, que reúne em torno da metade dos 1.650 padres da Austrália, solicitou na carta que o sínodo "estude honestamente se é apropriado insistir que o sacerdócio esteja obrigatoriamente condicionado ao celibato".
"O sacerdócio é um dom, o celibato também, mas não se trata do mesmo tipo de dom", argumentam os sacerdote australianos na mensagem ao Vaticano, com base em uma pesquisa envolvendo mais de 300 padres da diocese de Sydney, que revelou baixo nível de apoio ao celibato. A pesquisa mostrou também ser este um dos motivos que levam à renúncia ao sacerdócio.
O padre Eric Hodgens, de Melbourne, que também é especialista em estatística, estima que dentro de alguns anos haverá apenas um sexto do número necessário de sacerdotes, para celebrar missas dominicais e realizar ofícios religiosos.