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Pensionistas italianos protestam contra oferta da Argentina

Pensionistas italianos irados protestaram nesta segunda-feira contra uma visita do secretário de Finanças da Argentina, Guillermo Nielsen, que promove a oferta de troca de dívida da qual muitos investidores discordam.

Mais de três anos após terem sido pegos pela maior moratória de dívida do mundo, os pensionistas classificaram a oferta da Argentina como uma "piada" que tem como objetivo cortar boa parte de suas economias.

"Eles não podem nos tratar com essa arrogância. Eles vão pagar em 40 anos! Nós podemos morrer antes", afirmou Rosa Mangante, de 70 anos, que disse ter cerca de 60 mil euros em bônus não pagos. "Isso é uma piada. Arrogância. Uma dupla fraude."

Ao redor, reunidos em frente ao parlamento de Roma, dezenas de manifestantes perto dos 60 ou 70 anos carregavam bandeiras e cartazes. Um dizia: "Liquidação de bônus argentinos: 70 por cento de desconto".

Centenas de pensionistas italianos investiram suas economias na compra de bônus argentinos frequentemente, segundo eles, seguindo conselhos de bancos italianos, apesar dos rumores de default no horizonte.

"Eu perguntei a eles (bancos) que risco tinha. Eles disseram 'nenhum Estado nunca vai a falência'", afirmou a investidora italiana Isabella Federico. "Encontrei um que foi."

Longe dos manifestantes, Nielsen encontrou-se privadamente com investidores, dando início a um roadshow que o levará também a Milão e Verona.

Grupos de consumidores, que se opõem à oferta de troca, devem se reunir com o secretário argentino mais tarde.

Eles esperam que se um número suficiente de investidores recusarem a proposta, a Argentina será forçada a recuar em sua ameaça de "agora ou nunca" e fazer uma oferta melhor.

"É bem provável que uma boa parte dos investidores não vai participar, pressionando a nação sul-americana a propor uma nova oferta", afirmou o gurpo de consumidores Altroconsumo.

Investidores de varejo na Itália que participaram do protesto ainda não têm certeza do que fazer. Se não participarem da troca, podem ter que ficar com bônus que não valem.

"Ainda estou muito sem certeza", disse Fabrizio Bruni, de 60 anos, que detém 50 mil euros em bônus argentinos."