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PPS estimula militantes a se filiarem ao PD italiano

Numa parceria arrojada e calcada na bandeira do fim do conceito de estrangeiro, o PPS está incentivando sua militância a ser filiar ao Partido Democrático, nova agremiação partidária italiana resultante do processo de fusão do Democratas de Esquerda (DS), antigo Partido Comunista Italiano (PCI), com o Partido Marguerita, composto por católicos de linha progressista.
     
A dupla filiação tem como primeira vantagem a possibilidade dos integrantes do PPS participarem, de forma ativa, do nascimento de uma nova força política na Comunidade Européia. Essa iniciativa ganha mais força ainda já que, na Itália, os cidadãos residentes em outro país e os descententes com dupla cidadania tem direito a voto nas eleições.
     
Detalhes dessa parceria foram debatidos durante encontro na última terça-feira, na Assembléia Legislativa de São Paulo, entre o secretário-geral do PPS, Rubens Bueno, a secretária de relações internacionais do partido, Dina Lida Kinoshita, o presidente do PPS-SP, deputado David Zaia e Maurizio Chiocchetti, do Departamento de Relações com os Italianos no Exterior; Andréa Lanzi, responsável pelo DS no Brasil; e Francesca D'Ulisse, responsável pelas relações do DS com partidos políticos latino-americanos.
     
“Colocamos nosso site nacional e os estaduais à disposição da proposta sugerindo aos nossos filiados, especialmente os descendentes italianos (oriundi) a participação, se assim desejarem, dessas eleições e se tornando filiado do PD, com presença na política italiana", ressalta Rubens Bueno.

A comitiva italiana, que está em visita a países da América Latina, já estive em Porto Alegre, e de São Paulo seguirão para Belo Horizonte. O objetivo é contatar os partidos brasileiros de centro-esquerda e divulgar o processo de eleição para a assembléia constituinte do Partido Democrático. A união dos dois partidos — que integram a coalizão Olivo, de sustentação ao governo do primeiro-ministro Romano Prodi — possibilitará a formação da maior força política italiana, segundo Maurício Chiocchetti, com previsão de aglutinar cerca de 30% do eleitorado italiano.
     
O processo de fusão, já aprovado pelos dois partidos italianos, se dará por meio de eleições primárias, previstas para 14 de outubro deste ano e da qual participarão 1 milhão de pessoas, conforme previsão de Chiocchetti.
     
As primárias são abertas a todos os interessados no processo de formação de uma coalizão de centro-esquerda na Itália. Pessoas residentes fora do país também poderão participar. O deputado Davi Zaia colocou-se à disposição para organizar a participação de italianos e descendentes no Brasil.
     
Os eleitos nas primárias farão parte de uma assembléia constituinte que marcará a fundação oficial do Partido Democrático e escolherá os dirigentes da agremiação. O prefeito de Roma, Walter Veltroni, está entre os mais cotados para liderar o partido. O processo prevê a formação de lista composta por igual número de homens e de mulheres.
     
O Partido Democrático, de centro-esquerda, seguirá os princípios de igualdade e solidariedade de acordo com um novo conceito de participação, descreve Chiocchetti. "Nosso objetivo é simplificar o sistema político italiano, que se apresenta muito fragmentado, e ao mesmo tempo fortalecer a centro-esquerda", afirma.