UIL

Senado italiano aprova medidas contra o terrorismo

O Senado italiano aprovou na sexta-feira um pacote que dá às autoridades mais poderes no combate ao terrorismo, e o governo alertou que o país está sob um "intenso e prolongado" estado de alerta elevado.

As medidas permitirão que a polícia prenda e deporte suspeitos e imponha maior vigilância ao uso da Internet e dos telefones, além de aumentar as penas para crimes relativos ao terrorismo.

A proposta agora vai para a Câmara dos Deputados, cujo presidente programou uma maratona de votações para que as leis sejam aprovadas ainda no final de semana, antes do recesso de verão.

"As evidências nos levam a considerar que um ataque ao nosso país é uma possibilidade", disse o ministro do Interior, Giuseppe Pisanu, aos senadores antes da votação de sexta-feira.

"A iminente ameaça internacional do terrorismo islâmico ainda está levando a um intenso e prolongado estado de alarme", afirmou.

A Itália por enquanto não sofreu atentados islâmicos em seu território, mas, após as explosões deste mês em Londres e no balneário egípcio de Sharm El Sheikh, a maioria dos italianos considera que um ataque no país é apenas questão de tempo.

O governo italiano, assim como o britânico, é aliado incondicional de Washington e enviou 3.000 soldados ao Iraque. As autoridades reforçaram a segurança nos transportes, mas mensagens agressivas pela Internet e uma série de falsas ameaças deixam os italianos com os nervos à flor da pele.

As novas medidas antiterror foram redigidas após os ataques a Londres e aprovadas por decreto na semana passada, mas é necessário o voto no Parlamento para mantê-las em vigor.

A partir de agora, haverá uma definição mais ampla para os crimes de recrutar e treinar terroristas. Também será ilegal preparar explosivos para atentados ou ensinar seu uso às pessoas.

A polícia poderá manter suspeitos presos por até 24 horas — e não mais 12 — para confirmar sua identidade, e terá autorização para recolher amostras de saliva para a realização de exames de DNA em pessoas sob investigação. Até agora, os exames de DNA só podiam ser realizados perante uma acusação formal no Judiciário.

As medidas também facilitam o trabalho de monitoramento policial sobre os telefones e a Internet. Estrangeiros considerados uma ameaça poderão ser expulsos, mas os imigrantes ilegais que colaborarem com investigações devem receber vistos de residência.

(Por Shasta Darlington com reportagem de Antonella Cinelli)