Sindicatos aceitam que Alitalia seja dividida em duas
Por Alberto Sisto
A concordatária Alitalia chegou a um acordo com sindicatos para dividir a companhia aérea estatal em duas, assegurando o futuro da empresa e abrindo caminho para uma privatização parcial.
Depois de mais de seis horas de discussões com o presidente-executivo da Alitalia, Giancarlo Cimoli, oito dos nove sindicatos da empresa concordaram nesta sexta-feira em separar as operações de vôo e solo, informou a companhia italiana por meio de comunicado. O último sindicato, que representa parte da equipe de solo, deve assinar o acordo em 24 horas.
Pelo acordo, o governo italiano, que é dono de 62 por cento da Alitalia, garante que manterá presença forte nas duas divisões a serem criadas, depois de aumento de capital for feito.
O acordo segue a decisão conjunta da empresa e dos sindicatos de cortar 3.700 postos de trabalho e reduzir custos, medidas essenciais para reverter 5 anos de perdas operacionais.
Cimoli quer dividir a Alitalia para deslocar cerca de 1,97 bilhão de dólares em dívidas para as operações de solo, deixando a divisão de vôo, a AZ Fly, financeiramente forte.
Os sindicatos inicialmente rejeitaram a idéia pela preocupação de que fosse resultar em mais perdas de empregos. Mas mudaram de idéia depois que o executivo apresentou garantias de que o governo iria ficar com mínimo de 30 por cento de participação na AZ Fly e que a empresa só venderia as ações a investidores institucionais nos próximos aumentos de capital.
Em troca, a AZ Fly inicialmente controlaria 100 por cento da divisão de solo, a AZ Service. Mais tarde, esta participação cairia para 51 por cento, e outra empresa de capital aberto iria então controlar os outros 49 por cento.
Esta estrutura de acionistas seria mantida pelo menos até 2008, acrescentou a Alitalia no comunicado.
A empresa enfrenta agora outra batalha na União Européia sobre os detalhes da divisão, já que rivais como a British Airways <BAY.L>, segunda maior companhia aérea da Europa, já pediram que a Comissão Européia rejeite o acordo, argumentando que ele equivale a uma ajuda financeira do governo italiano à empresa.
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