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Chanceler italiano pede "responsabilidade" ao governo brasileiro

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Gianfranco Fini, que realiza uma visita de 3 dias ao Brasil, afirmou, nesta terça-feira, em Brasília que "os tempos prescreveram, mas a exigência moral de justiça continua", referindo-se ao caso do italiano que teve a extradição negada pelo governo brasileiro em 1993.

Esperando para se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o chanceler italiano afirmou aos jornalistas que vai insistir no pedido de empenho da parte do governo brasileiro para que "dê atenção" às suas responsabilidades no caso de Achille Lolo. "Está em jogo a própria idéia de justiça", afirmou Fini.

O italiano, ex-terrorista, foi condenado pela justiça italiana a 18 anos de prisão pela participação em um incêndio que matou dois irmãos, um de 22 e outro de 9 anos, em 1973 em Roma. O governo brasileiro negou sua extradição pedida pela Itália em 1993, gerando um crise diplomática entre os dois países.

"Os tempos prescreveram, mas a exigência moral de justiça continua", afirmou referindo-se à queda em prescrição do processo judicial sobre o caso.

Gianfranco Fini, que é também vice primeiro-ministro da Itália, acredita na colaboração da magistratura brasileira, que deverá pronunciar-se sobre o pedido de rogatória avançada da Procuradoria de Roma. "Não vejo razão para os juízes brasileiros negarem a colaboração aos juízes italianos depois que o próprio Lollo, em uma entrevista a um jornal, lançou acusações pesadas contra os outros".