Covid-19, antes do surto, o vírus já circulava em Milão
Na região metropolitana de Milão, haviam pessoas infectadas com coronavírus, já semanas antes do início da pandemia: pelo menos um, a cada 20 milaneses, carregava no sangue uma quantidade de anticorpos, o que demonstra já ter havido o contato com o agente patógeno. Todos esses casos, no entanto, permaneceram submersos, até o surto e a detecção do primeiro caso em Codogno (Lombardia).
O resultado emerge de pesquisa realizada por pesquisadores do Policlinico di Milano publicada, em pré-visualização (pré-impressão), no medRxiv. O objetivo deste estudo foi examinar a soroprevalência da infecção por SARS-CoV-2, em adultos assintomáticos saudáveis, os fatores de risco e correlatos laboratoriais. A análise considerou uma amostra aleatória de doadores de sangue, de 24 de fevereiro a 8 de abril de 2020.
A investigação foi financiada pela Ricerca Corrente Fondazione IRCCS Ca, Granda Ospedale Maggiore Policlinico (Institutional funding to DP); COVID-19 Network Registry Biobanking, Fondazione IRCCS Ca Granda Ospedale Maggiore Policlinico (LV); Ricerca Finalizzata Ministero della Salute RF-2016-02364358 (LV), Fondazione Sviluppo Ca Granda para o projeto Liver-Bible - PR-0361 (LV); o UE Programme Horizon 2020 (ao abrigo da convenção de subvenção No. 777377) para o projeto LITMUS (LV).
De acordo com os resultados, a infecção por SARS-CoV-2 já estava circulando em Milão, no início do surto, quando 4,6% dos doadores já possuíam anticorpos para o coronavírus. Durante o período do estudo, caracterizado pela implementação gradual de medidas de distanciamento social, houve um aumento progressivo da soroprevalência para 7,1%. O distanciamento social pode ter sido mais efetivo em indivíduos mais jovens; até o final de abril, de 4 a 10,8% dos adultos saudáveis apresentavam evidências de soroconversão – ou seja, quando a pessoa passa a ser reagente, saindo do status de negativo para o status de positivo.
A pesquisa foi projetada e coordenada pelos médicos Daniele Prati e Luca Valenti, do Departamento de Medicina de Transfusão e Hematologia do Policlinico di Milano, juntamente com Gianguglielmo Zehender, da Università degli Studi di Milano, em colaboração com vários pesquisadores também provenientes do Hospital Luigi Sacco di Milano e pelo Instituto Europeu de Oncologia. O trabalho foi publicado on-line, em pré-impressão, em forma preliminar que antecede a revisão e a divulgação em periódicos científicos.
Os pesquisadores selecionaram uma amostra aleatória de cerca de 800 doadores de sangue saudáveis que frequentam regularmente o Policlinico di Milano, onde é ativo o principal centro de transfusão, com mais de 40 mil doadores todos os anos, provenientes de Milão e de províncias lombardas. (Com informações de Agenzia Italia)
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