Como era a alimentação na Itália medieval
A Idade Média é um período muito longo, que perfaz mais de mil anos da história da humanidade. Um período que foi fundamental para a evolução do homem ocidental, em que ocorreram importantes progressos tecnológicos. A Idade Média é uma parte da história que ocorreu entre os séculos V e XV. Este período denominado Idade Média inicia com a Queda do Império Romano do Ocidente, no ano 476, e termina com a conquista de Constantinopla pelos otomanos, em 1453.
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Como era a ALIMENTAÇÃO na Itália na IDADE MÉDIA
A tradição alimentar romana, ou seja, do período que antecedeu a Idade Média, baseava-se principalmente no uso de cereais, leguminosas, legumes, frutas, azeites e vinhos.
Entretanto, a dieta dos povos germânicos que invadiram a Itália, que a dominaram durante a maior parte do final da Idade Média até o século X, tinha uma baixa ingestão de alimentos à base de plantas, favorecendo o consumo de carnes.
Foi com a emergência do Cristianismo e do fenômeno monástico, dos monastérios, que os hábitos alimentares italianos ingressaram em uma nova modalidade, graças a um renovado interesse pela agricultura.
Esse fato levou à disseminação de uma dieta que passou a incluir alimentos de origem vegetal, típicos da época romana, combinados com o consumo de carnes, habituais nas classes dominantes e de alto escalão.
Ao contrário do que se pode supor, a alimentação da população no período da Idade Média era bastante variada, especialmente no verão. Camponeses e nobres criavam animais de baixo corte, como galinhas, gansos e patos, e naturalmente comiam seus ovos.
A caça miúda também era muito difundida na Idade Média: lebres, codornas, perdizes, faisões e outras aves selvagens eram abatidas, com arcos ou armadilhas nas terras comuns ou nas propriedades dos nobres. Delas os camponeses tiravam parte de seu sustento pagando ao senhor local um tributo.
Os camponeses também podiam matar veados, ursos e javalis, cuja raça se misturava com porcos domésticos.
O consumo de carne de porco, animal típico do campo medieval, era maior. Os porcos da Idade Média eram diferentes dos de hoje. Raramente eram abatidos no primeiro ano de vida, eram de cor escura, enegrecida ou vermelha, com caninos fortemente salientes: em suma, porcos semelhantes a javalis.
O abate do porco era uma ocasião festiva para toda a família. O animal era colocado para sangrar e o sangue coletado em uma jarra era misturado com farinha, chouriço e painço. Em seguida, o animal era limpo com água fervente e esquartejado.
Nas zonas montanhosas, a criação de ovinos era muito desenvolvida: a carne do castrado, o animal adulto castrado, aparecia de vez em quando na cantina dos produtores que eram pastores ou lavradores.
O peixe era criado “em casa”, em ribeiras, canais, viveiros e áreas inundadas. As espécies eram especialmente esturjões, trutas, enguias e salmões, sem esquecer crustáceos e moluscos de todo o tipo.
O leite era pouco consumido porque era considerado alimento para crianças e bárbaros, e também porque era de difícil conservação. Em vez disso, do leite eram produzidos os queijos que eram amplamente utilizados.
Na mesa de ricos e pobres estavam presentes os queijos curados, de cabra e ovelha, sobretudo no norte da Itália. Também a manteiga e outros queijos frescos para o consumo imediato. Teriam sido os mosteiros da época que criaram o parmesão, o brie e a mussarela.
A vaca era cara e pouco difundida, tanto no norte quanto no sul, a não ser em algum mosteiro rico. No que diz respeito ao cultivo de cereais, na primavera semeava-se principalmente milho, painço e sorgo.
No outono havia o centeio, a aveia e a cevada, indispensáveis para a preparação do pão preto, de sopas e da polenta.
Na parte sul da Itália, dado o clima mais quente, plantava-se principalmente a cevada e o trigo. A quantidade disponível para os habitantes dependia dos caprichos do clima, frio, chuvas excessivas, tempestades e guerras, que frustravam os esforços dos camponeses.
A comida básica da Itália medieval era, principalmente, o pão.
O pão, no entanto, não era o mesmo que se consumia na maioria das mesas da cidade, aliás a agricultura medieval apresentava uma grande quantidade de cereais cultivados: centeio, cevada, aveia, favas, ervilhacas, ervilhas, grão de bico, lentilhas e feijões para diversos usos alimentares.
A utilização de diferentes farinhas dependia do desempenho das colheitas. Em geral, no pão camponês, o trigo tinha um espaço limitado, exceto na Toscana, onde era amplamente utilizado.
Geralmente, o nível econômico correspondia a uma qualidade de pão: pão branco para os ricos, pão escuro para as famílias mais pobres.
Enquanto os camponeses eram obrigados a assar pão no forno do senhor feudal, as cidades estavam repletas de padeiros.
As leguminosas eram parte diária da dieta dos camponeses. O repolho em particular era o rei dos jardins medievais. Nas cidades, comerciantes itinerantes vendiam verduras, tais como espinafre e alho-poró, que eram usadas para fazer purês e sopas. As leguminosas eram desprezadas pelos nobres que as consideravam comida camponesa, principalmente as raízes que vinham da terra.
Elementos importantes das rações alimentares de camponeses e monges, as leguminosas eram cultivadas em campo aberto. Os frutos supostamente agradavam aos nobres, à mesa em que eram encontrados. Peras cozidas em vinho eram muitas vezes a sobremesa consumida no final da refeição.
Também um papel fundamental para a alimentação, neste período, teve os castanheiros, especialmente nas áreas de alta montanha da Toscana, Lácio, Campânia, Sicília e Calábria. As castanhas eram o alimento dos pobres.
O sal era outro elemento fundamental usado em toda parte na culinária medieval.
O sal usado para cozinhar também estava presente diretamente nas mesas durante os almoços mais importantes. A salga, juntamente com a secagem, era um dos métodos mais comuns de conservação de alimentos.
O método mais simples e comum consistia em expor os alimentos ao calor ou ao vento para eliminar a parte úmida e assim prolongar a durabilidade de quase todos os tipos de alimentos, dos cereais às carnes.
Legumes, ovos e peixes eram frequentemente colocados em vinagre, limão ou salmoura, pressionando-os em frascos grandes.
Grãos, frutas e uvas eram transformados em bebidas alcoólicas, enquanto o leite era fermentado e transformado em uma grande variedade de queijos e soro de leite coalhado. A viticultura desenvolveu-se consideravelmente na Idade Média. Raros eram os camponeses que não cultivavam algumas vinhas. Vinhos leves e especialmente brancos eram os preferidos.
Quanto às bebidas, os bárbaros levaram à Itália a cidra, vinho feito com maçãs, e houve um renascimento da cerveja. Um camponês medieval com terreno montanhoso podia cultivar vinhas e assim beber vinho. Aqueles que tinham terrenos na planície cultivavam cereais, com os quais produziam a cerveja.
Na Idade Média era costume fazer duas refeições por dia: um almoço e um jantar, embora pequenos lanches entre as refeições fossem bastante comuns.
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