A Anunciação, Leonardo Da Vinci (1472-1475)

Quem são os maiores gênios da Itália de todos os tempos? 

A Itália foi um dos principais centros culturais, políticos e religiosos da civilização ocidental em vários momentos da história, do Império Romano ao Renascimento. 

País de paisagens deslumbrantes, a Itália é também o berço de alguns dos maiores gênios que a humanidade já conheceu. De Leonardo Da Vinci, com suas invenções visionárias e obras-primas como a 'Mona Lisa', a Michelangelo, cuja genialidade esculpiu o 'David' e deu vida à Capela Sistina, o legado italiano transcende séculos e fronteiras. 

Passando por cientistas como Galileo Galilei, que revolucionou o entendimento do cosmos, e escritores como Dante Alighieri, autor da 'Divina Comédia', a Itália se consolidou como um epicentro de criatividade e inovação. Esses mestres não apenas moldaram suas respectivas épocas, mas deixaram marcas definitivas que continuam a inspirar o mundo até hoje.

Saiba quem são alguns dos maiores gênios italianos que contribuíram para a língua, música, educação, arte, política e ciências italianas e foram decisivos para a concepção do mundo como o conhecemos hoje.

Língua italiana

A língua italiana não seria a mesma sem Dante Alighieri (Florença, entre 21 de maio e 20 de junho de 1265 d.C. – Ravena, 13 ou 14 de setembro de 1321 d.C.). Antes de Dante escrever a Divina Comédia, a maioria dos poemas era escrita em latim, uma língua falada apenas pelos ricos e instruídos. Dante acreditava firmemente no vernáculo, a língua falada na vida cotidiana pelas pessoas comuns. Ele estava ciente da variedade de dialetos italianos e da necessidade de criar uma língua unificada além dos limites do latim.

Com a Divina Comédia, Dante combinou o dialeto toscano com elementos do latim e de outros dialetos regionais. Seu objetivo era atingir um público de leitores de toda a Itália, incluindo leigos, clérigos e outros poetas. Ele demonstrou que a língua italiana era capaz de se expressar no mais alto nível e de atingir uma parcela muito maior da sociedade do que a elite de língua latina.

Arte

Michelangelo Simoni, mais conhecido simplesmente como Michelangelo (Caprese, 6 de março de 1475 — Roma, 18 de fevereiro de 1564), e Leonardo Da Vinci (Anchiano, 15 de abril de 1452 — Amboise, 2 de maio de 1519) são dois personagens que têm muito em comum: ambos viveram no mesmo período histórico e eram residentes em Florença, ambos hospedes da poderosa família Médici. Talvez o mais importante seja que ambos são conhecidos por sua incrível versatilidade.

Junto com Raffaello Sanzio (Urbino, 6 de abril de 1483 — Roma, 6 de abril de 1520), Michelangelo e Da Vinci são frequentemente vistos como a “trindade dos grandes mestres” do Alto Renascimento. O escultor Donato di Niccoló di Betto Bardi, chamado Donatello (Florença, 1386 – 13 de dezembro de 1466) é outro artista florentino da era renascentista, conhecido por suas estátuas e relevos arquitetônicos.

Música

Com compositores como Gioachino Rossini (Pésaro, 29 de fevereiro de 1792 – Passy, 13 de novembro de 1868), Claudio Monteverdi (Cremona, 15 de maio de 1567 — Veneza, 29 de novembro de 1643), Giacomo Puccini (Lucca, 22 de dezembro de 1858 – Bruxelas, 29 de novembro de 1924), Antonio Vivaldi (Veneza, 4 de março de 1678 — Viena, 28 de julho de 1741) e Giuseppe Verdi (Roncole, 10 de outubro de 1813 – Milão, 27 de janeiro de 1901) é possível encontrar praticamente um compositor italiano para cada século, abrangendo todas as principais eras, do Renascimento ao Barroco, do Classicismo ao Romantismo. E isso não é surpreendente, de fato, já que a Itália é o berço da ópera e desempenhou um papel importante na progressão da música clássica ocidental.

Ciência

Galileo Galilei (Pisa, 15 de fevereiro de 1564 – Florença, 8 de janeiro de 1642), astrônomo, físico e engenheiro florentino, é referenciado como "pai da astronomia observacional", "pai da física moderna", "pai do método científico" e "pai da ciência moderna". Galileu também foi um dos primeiros pensadores modernos a apoiar e afirmar claramente o caráter matemático das leis da natureza. 

O livro de Galileu Sidereus Nuncius, no qual ele descreve a Terra como o centro do universo, o que se opunha a algumas afirmações bíblicas, lhe causou problemas com a Igreja Católica. Em vista disso, ele foi condenado à prisão domiciliar, período em que ele produziu algumas de suas melhores obras.

Guglielmo Marconi (Bolonha, 25 de abril de 1874 – Roma, 20 de julho de 1937), físico e inventor italiano, criou o primeiro sistema prático de telegrafia sem fios (TSF), em 1896. Marconi realizou a primeira transmissão sem fio através do Canal da Mancha, utilizando-se da teoria, comprovada pelas experiências de Heinrich Hertz, de que as ondas eletromagnéticas poderiam propagar-se no espaço.

Alessandro Volta (Como, 18 de fevereiro de 1745 – Como, 5 de março de 1827), químico e físico, foi o inventor da pilha voltaica e o descobridor do metano. Com essa invenção, Volta foi o precursor do desenvolvimento do campo da eletroquímica.

Educação

Com o método Montessori ainda predominante em mais de 100 países ao redor do mundo, é inegável que Maria Montessori (Chiaravalle, 31 de agosto de 1870 – Noordwijk aan Zee, 6 de maio de 1952) teve uma influência incrível na educação de inúmeras crianças. Seu método de educação para crianças pequenas enfatiza o desenvolvimento da iniciativa e das habilidades naturais da criança, especialmente por meio de brincadeiras práticas. O método permitiu que as crianças se desenvolvessem em seu próprio ritmo e proporcionou aos educadores uma nova compreensão do desenvolvimento infantil. Ela também foi uma defensora proeminente dos direitos das mulheres e da educação de crianças “neurodivergentes”.

Política

Niccolò Machiavelli (Florença, 3 de maio de 1469 — 21 de junho de 1527), filósofo, historiador, poeta, diplomata e músico, é considerado o fundador do pensamento e da ciência política moderna, pelo fato de ter escrito sobre o Estado e o governo como realmente são, e não como deveriam ser.

A publicação de Maquiavel, O Príncipe, descreve comportamentos imorais, como mentir e assassinar, considerando-os normais e eficazes em algumas situações: o fim justifica os meios.