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Culturas alternativas ao fumo

O trabalho 'Produção de tabaco e policultura: um estudo comparativo nos três estados do Sul do Brasil', de autoria da economista Luciana de Oliveira, foi o vencedor do 1º Prêmio BRDE de Desenvolvimento no Rio Grande do Sul. O resultado foi revelado em Porto Alegre, na sede do Conselho Regional de Economia (Corecon-RS), parceiro do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul na promoção do concurso. O estudo propõe-se a analisar, a partir de amostra de 780 produtores familiares de fumo na Região Sul do Brasil, o potencial para diversificação de culturas.

Em parte motivado pelas discussões a respeito da Convenção Quadro, o trabalho também procura verificar a influência de variáveis como área, infra-estrutura e mão-de-obra na diversificação da produção agrícola em famílias hoje dependentes da cultura do fumo. "Podemos destacar que o agricultor, em média, dedica cerca de 10% de sua área à monocultura do fumo. Tendo em vista o tamanho médio das propriedades ser em torno de 16 hectares, sobrariam cerca de 14,4 hectares para o plantio de produtos diferentes", explica a autora do trabalho, mestra em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Santa Cruz do Sul.

O estudo aponta ainda que o arroz, a cebola e a mandioca são as principais culturas alternativas à plantação de fumo que já vem sendo exploradas e conclui afirmando que há condições e viabilidade econômica para a ampliação da policultura nos três estados da Região Sul. Para o diretor de Planejamento do BRDE, Germano Bonow, o prêmio alcançou seu objetivo. "Procuramos valorizar a discussão entre especialistas e, assim, atualizar reflexões e tendências acerca do desenvolvimento econômico e social da nossa região", destaca Bonow.

O 1º Prêmio BRDE de Desenvolvimento foi lançado em 2005 com o objetivo de estimular a formulação de proposições que contribuíssem para o desenvolvimento sócio-econômico do Rio Grande do Sul e da Região Sul. A comissão que julgou os trabalhos inscritos foi composta por economistas e professores da Ufrgs, PUCRS, Unisinos, e Fundação de Economia e Estatística (FEE).