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Fabio Porta deve ocupar vaga no Senado da República da Itália

Os cidadãos italianos na América do Sul deverão ser representados, no Senado da República da Itália, por um parlamentar residente no Brasil. Fabio Porta, candidato ao Senado pelo Partito Democratico (PD), em 2018, deverá ocupar a vaga do senador Adriano Cario, declarada nula, no dia 2 de dezembro passado, por 132 votos a favor, 126 contra e seis abstenções.  

Fabio Porta é sociólogo, coordenador do PD na América do Sul, presidente do Patronato Ital UIL Brasil, tendo sido eleito por duas vezes à Câmara dos Deputados da Itália - legislaturas 2008 e 2013 – pela circunscrição América do Sul. Natural de Caltagirone, na Sicília, ele reside em São Paulo desde 1998, tem 58 anos, é casado e tem duas filhas.

A Comissão de Eleições e Imunidades Parlamentares da Câmara dos Deputados da Itália estabeleceu, sem nenhum voto contrário, que a vaga da América do Sul pertence ao Partito Democratico (PD), após a perda do mandato do ex-senador Adriano Cario (Argentina), eleito nas listas USEI, em 2018. Os votos do relatório, apreciado no último dia 16, foram 11 a favor e 9 abstenções. A última palavra passa agora ao plenário do Senado para a formalização da posse do novo Senador.

A decisão resulta da confirmação da existência de adulteração de cédulas eleitorais, no processo eleitoral argentino, conforme recurso apresentado à Procuradoria da República de Roma, em 2018. O seu posto deverá ser ocupado por Fabio Porta (PD), que nas referidas eleições competia pela mesma cadeira e que há três anos denuncia “a maior fraude eleitoral da história da República”. O voto dos italianos residentes no exterior é realizado em cédulas de papel, recebidas e enviadas pelos correios. 

A investigação sobre a regularidade do voto em seções eleitorais da Argentina, nas eleições de 2018, foi realizada pelo Ministério Público de Roma, após recurso apresentado por Porta. De acordo com o que foi levantado, milhares de cédulas foram preenchidas e enviadas pelas mesmas mãos. A votação do Senado derrubou o relatório da Giunta (orgão colegiado consultivo) para as eleições, que no último dia 16 de novembro havia “salvado” o político natural de Montevidéu (mas residente em Buenos Aires), causando tensões entre os partidos PD e 5 Stelle. 

A favor da legalidade e contra a impunidade

Ao centro da investigação estavam milhares de cédulas eleitorais “suspeitas”, concentradas em uma dezena (dentre 90) seções eleitorais de Buenos Aires. Segundo a denúncia, apresentada na Itália e na Argentina, em 2018, pelo próprio Fabio Porta, as milhares de cédulas “anômalas”, concentradas em um punhado de seções de Buenos Aires, teriam sido votadas quase sempre pelas mesmas mãos, como reportado pelas atas assinadas pelos presidentes das seções eleitorais de Castelnuovo di Porto (a cidade italiana onde é realizado o escrutínio da Circunscrição do Exterior).

"Estou certo de que essa será somente a primeira de uma série de batalhas que, juntos, enfrentaremos e venceremos; em jogo estavam o futuro da Itália no mundo e a relação das nossas coletividades no exterior com o País. Estou feliz por essa decisão que devolve confiança e esperança a todos que a estavam perdendo, desiludidos e temerosos, assustados ou desorientados", celebra Fabio Porta.