Proposta simplifica entrada de jovens ítalo-descendentes na Itália
O projeto de lei que simplifica o ingresso na Itália a jovens italianos e itálicos nascidos no exterior foi debatido durante conferência de imprensa, na Câmara dos Deputados da Itália. A proposta de lei “Disposições de simplificação administrativa para incentivar o retorno de jovens italianos e itálicos no exterior” tem como primeiro signatário o deputado Fabio Porta (PD), eleito pela América do Sul, e visa confrontar o despovoamento e a baixa natalidade na Itália, além de incentivar a recuperação econômica do país.
A medida estabelece um visto de cinco anos destinado a jovens descendentes de italianos nascidos no exterior aos chamados “itálicos”, àqueles que, por afinidades sociais ou culturais escolham a Itália para a continuação dos estudos ou o início de novos trabalhos ou atividades empresariais. O projeto de lei prevê também incentivos fiscais específicos para famílias na Itália que acolhem jovens do exterior, com maiores incentivos se os municípios de destino final forem pequenos.
Segundo explica Fabio Porta, a Itália é o país com a recessão demográfica mais dramática da União Europeia. “Na última década, dizem-nos os dados do Istat, perdemos mais de um milhão de pessoas, mas na realidade esses são dados subestimados, porque se excluíssemos dos 60 milhões de italianos, os 6, 7 milhões de compatriotas no estrangeiro, veríamos que este número está longe da estimativa dos 60 milhões de italianos a que estamos habituados há algum tempo – afirma o deputado.
Fabio Porta continua: "Este último é um número que se instala graças aos italianos no exterior e também graças à lenta integração dos estrangeiros aqui na Itália. Portanto temos um problema demográfico e também econômico, porque a demografia é diretamente responsável pela economia. Uma das soluções pode vir dos 120 – 200 milhões de itálicos, 60 – 70 milhões de descendentes de italianos no mundo”.
Ter um contingente tão forte de população no estrangeiro, que naturalmente teria propensão para viver, estudar e escolher o nosso país como destino, poderia colocar-nos entre os principais países europeus em termos de atração e do ponto de vista demográfico. Esta proposta de lei – esclarece o parlamentar – coloca este problema de uma forma inovadora com total abertura a possíveis mudanças.
“Faremos audiências nas comissões competentes para colher ideias e sugestões. Reitero, no entanto, que estamos perante uma lei inovadora, primeiro porque fala de simplificação, introduzindo um visto de 5 anos para quem quer estudar, trabalhar e investir em Itália, depois porque pela primeira vez o termo 'Itálico' é incluído em disposição legislativa. Para solicitar esse visto – acrescentou o deputado – não pediremos necessariamente a cidadania italiana. No caso do descendente de italiano, do itálico, amante da Itália, pedimos o conhecimento da língua, pedimos a intenção e o compromisso de ajudar a Itália a combater em particular o despovoamento das áreas internas” – finaliza o parlamentar.
O texto tem como consignatários os deputados Christian Di Sanzo (PD), Silvio Lai (PD), Sara Ferrari (PD), Chiara Gribaudo (PD), Debora Serracchiani (PD), Maria Stefania Marino (PD), Ilenia Malavasi (PD) e Marco Simiani (PD).
Assista aqui a conferência de imprensa que tratou sobre o projeto, na Câmara dos Deputados da Itália
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