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A Casa de Maria: Toda a área resulta agora como um “santuário”

3. Toda a área resulta agora como um “santuário”

Ao chegar sobre o sítio, uma estátua de bronze da Virgem acolhe os visitantes com os braços abertos. Datada de 1867, a estátua pertencia a uma comunidade religiosa de Esmirna, que a ofereceu em presente ao padre François Saulais, o capelão de Meryem Ana, que por sua vez a colocou ali sobre uma base. Atrás da escultura, ao final da passagem costeada pelas oliveiras plantadas pelos homens do padre Jung, nos anos 90 do Oitocentos, encontra-se a casa. Atrás da casa, no alto à esquerda, está o terraço sobre o qual se realizam os serviços religiosos dos grupos em visita.

A entrada da casa, sombreada por uma grande árvore, conduz a um pequeno vestíbulo. Sobre as paredes laterais, duas placas de mármore – uma em turco e outra em Francês – prestam homenagem à irmã Grancey, aos padres Jung e Poulin e aos arcebispos Timoni e Descuffi. Após ter entrado na peça principal através de uma passagem em arco, se alcança a um espaço de despojada simplicidade, com duas janelas abertas no alto, uma para cada lado e, geralmente, uma fileira de velas tremulantes apoiadas às paredes. A peça é dividida por outra passagem em arco, acima da qual, inserida no pavimento, encontra-se uma grande placa de mármore negro que sinaliza o lugar onde foi encontrada a lareira. Atrás, fica o altar com, na abside, uma estátua da Virgem. Esta estátua veio a ser encontrada entre as ruínas da casa, mas desapareceu duas vezes no curso dos anos quando a casa tornou-se “prisioneira de guerra” e, por último, foi recuperada somente depois que a casa foi restituída aos Lazaristas, em 1931. Em ambos os lados do altar se encontra um nicho, e aquele da direita contém a lâmpada de bronze ofertada por Paulo VI, no curso da sua visita em 1967.

Para além da passagem em arco, sobre a direita encontra-se o quarto de dormir de Maria, com tênues raios de luz que descem pelas janelas postas no alto. Sobre a parede de fundo, está uma representação do rosto de Maria, pintada diretamente sobre a superfície de pedra, pelo pintor francês Ratislas Loukine, no curso de uma visita à casa, em 1978. Sobre outras paredes estão emoldurados versículos do Alcorão, referidos a Maria. Por causa da condição especial que o islã atribui a Maria, frequentemente, se vê, também, muçulmanos fazerem namaz (oração), nesta peça.

Novamente ao exterior, os degraus em frente à casa conduzem, abaixo, ao nível onde a amasya (água santa) desce da torneira ou bicos sob os arcos construídos sobre a lateral da montanha.

Mais além, ao longo do muro, encontram-se algumas grades de metal nas quais os peregrinos muçulmanos prendem pedaços de tecido, representando os desejos que esperam serem ouvidos e as orações que aguardam resposta.

Mas estas orações são sempre ouvidas? Sabe Deus! Todavia, é incontestável o fato de que no curso dos anos ocorreu um impressionante acúmulo de muletas e de outros suportes físicos junto à casa de Maria e também uma coleção paralela de ofertas votivas em reconhecimento pelas curas operadas, o que leva a entender que muitas pessoas partiram dali convencidas de terem obtido aquilo que buscavam.

Em 3 de outubro de 2004, o Papa João Paulo II proclamou beata a irmã Anna Katharina Emmerick. Sem os relatos das suas visões, colocadas por escrito e ordenadas por Clemens Von Brentano, quase seguramente a casa sobre a Colina dos Rouxinóis não seria jamais encontrada. Em espera da canonização da humilde irmã, podemos, contudo, estar certos que ela já goza no céu a doce companhia da Virgem Maria Assunção e do seu Filho divino.

Enfim, é necessário dizer que, se aqui há qualquer coisa sem dúvida e estupendamente milagroso é que a “casa de Maria” tenha continuado a existir até hoje. Repetidamente maltratada no curso do tempo e quase sepultada pelos séculos de esquecimento, ela resta ainda aos nossos dias para a nossa alegria e edificação: como santuário da Senhora, já gloriosa, vivida ali dois mil anos atrás, e como memorial de todos aqueles que, de vários modos, contribuíram para não deixá-la desaparecer desta terra.

A “casa” é, em si mesma, o milagre.   

[Fim]

1 - A Casa de Maria: Prefácio

2 - A Casa de Maria: A cidade de Éfeso no tempo de Maria e João

3 - A Casa de Maria: A sedimentação da história

4 - A Casa de Maria: As visões da Beata Anna Katharina Emmerick

5 - A Casa de Maria: Vida de Maria em Éfeso

6 - A Casa de Maria: Nós a encontramos!

7 - A Casa de Maria: Uma falsa pista

8 - A Casa de Maria: A descoberta segundo as indicações da Emmerick

9 - A Casa de Maria: Outra descoberta: uma “Via Crucis”

10 - A Casa de Maria: Aquisição do terreno sobre o qual surge a casa de Maria

11 - A Casa de Maria: Escavando mais a fundo no passado

12 - A Casa de Maria: Lugar de culto por séculos

13 - A Casa de Maria: A casa hoje

14 - A Casa de Maria: Os papas e a casa de Maria

15 - A Casa de Maria: Toda a área resulta agora como um “santuário”

Donald Carrol, A CASA DE MARIA. Uma história maravilhosa: Como foi descoberta em Éfeso a casa da Virgem Maria.

Tradução do italiano
Cláudia Rejane Turelli do Carmo

La Casa di Maria - Una storia meravigliosa: come fu scoperta a Efeso l'abitazione della Vergine Maria

Edição italiana
Edizioni San Paolo s.r.l, 2008
www.edizionisanpaolo.it 

Tradução do inglês
Paolo Pellizzari
ISBN 978-88-215-6227-3

Título original da obra:
MARY’S HOUSE. The straordinary story behind the Discovery of the house where the Virgen Mary lived and died.
Primeira publicação na Grã-Bretanha por Veritas Book, em 2000.