UIL

No lugar onde mais se vive, agora se enxerga mais longe

No lugar onde mais se vive no Brasil, agora se enxerga mais longe. E mais: é possível se deliciar com pratos da gastronomia italiana, tomar um bicchiere de vinho girando, vislumbrando a serra gaúcha em uma perspectiva de 360 graus.

Conhecida como a Terra da Longevidade – segundo a Organização Mundial da Saúde -, Berço do Cultivo de Maçã, Veranópolis, a 170 quilômetros de Porto Alegre, agora é a primeira cidade do país com uma torre, de quase 80 metros, onde funciona um restaurante giratório.

O cenário montanhoso, coberto pelo verde das árvores ou dos parreirais, as águas do rio das Antas e, mais ao longe, até mesmo as cidades de Caxias do Sul e Bento Gonçalves, podem ser apreciadas nos mirantes da torre. Binóculos importados aproximam a beleza da região; em um anel de 21 metros de diâmetro, mais de 40 mesas estão dispostas, circundadas por janelas  decoradas pelo céu e pela natureza.

Leva-se duas horas para a estrutura completar uma volta, mas o espetáculo proporcionado aos olhos, acompanhado por provocações irresistíveis ao paladar, fazem com que se esqueça o tempo nessa parte do Brasil, colonizada por imigrantes italianos, onde o tempo leva mais tempo para passar. Na verdade, não bastasse isso, o complexo ainda dispõe de bar, cafeteria, minishopping, salas para eventos, adega e, naturalmente, um elevador panorâmico.

Inspirado no Canadian Tower, de Toronto, no Canadá, o Mirante da Serra demorou seis anos para ser construído. Embora não tenha a altura daquele que serviu como referência, possui características não encontradas em nenhuma outra parte do mundo: a beleza da região, a hospitalidade e jeito de ser dos ítalo-brasileiros.

Histórico

Veranópolis teve sua colonização iniciada em 1884, quando os primeiros imigrantes italianos chegaram ao local. Antes, já a partir de 1830, todo o território da região pertencia ao município de Santo Antônio da Patrulha, e as freguesias mais próximas da atual cidade de Veranópolis eram Lagoa Vermelha e Vacaria. Uma única estrada ligava estas freguesias ou distritos a Santo Antônio da Patrulha.

Com o tempo, os fazendeiros de Lagoa Vermelha foram abrindo picadas e penetrando na região da futura colônia Alfredo Chaves. Tomavam posse da terra das matas do rio das Antas para o cultivo de milho e extração de erva-mate. No local mais aprazível daquela gleba de terra, havia um ponto de encontro de tropeiros que, periodicamente, se aventuravam a passar por ali, com destino a Montenegro. Esse lugar, preferido para repouso e encontro nesse longo caminho, com uma elevação rochosa e ótima vertente de água, recebeu o nome de Roça Reúna.
 
O excesso de pretendentes aos terrenos nas antigas colônias obrigou à Inspetoria Geral de Colonização a planejar e a concretizar a criação de uma nova colônia, para onde seriam encaminhados os excedentes populacionais.

No local conhecido como Roça Reúna, foi instalada, em 1884, a colônia Alfredo Chaves, pertencente ao município de Lagoa Vermelha. Após essa decisão,  começaram a chegar os primeiros imigrantes italianos, oriundos principalmente das províncias de Treviso, Pádua, Cremona, Mântua, Belluno, Tirol e Vicenza. Pouco tempo depois, os primeiros poloneses chegavam ao município.

Em 1898, passou à categoria de vila. Por existir outro município com o nome de “Alfredo Chaves”, no Espírito Santo, foi oficializado o nome Veranópolis (cidade veraneio).