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Italianos aprovam, em referendo, novas regras para aposentadoria

Cerca de cinco milhões de trabalhadores, pensionistas e desempregados italianos foram às urnas, na última quarta-feira (10), e aprovaram, em referendo, a proposta de reforma previdenciária defendida pelo Governo. Apesar da contrariedade de  partidos da coalização que está no poder – como a Refundação Comunista – mais de 70% dos que votaram, com o seu sim, entusiasmaram o primeiro-ministro Romano Prodi para a batalha decisiva, que ocorrerá nesta sexta-feira, quando o projeto, apoiado pela maioria dos sindicatos, será votado no Parlamento.

Na essência, o novo desenho de lei para as aposentadorias italianas estabelece o aumento da idade mínima, de 57 para 61, mas escalonado ao longo de cinco anos. Pela proposta, as alterações iniciariam em janeiro do próximo ano, quando os italianos, para se aposentar, deverão ter 58 anos e 35 de contribuição. Depois, em julho de 2009, entra em vigor o sistema de cotas. Assim, para se aposentar, a pessoa deverá ter a cota 94, o resultado da soma da idade mais as contribuições, e terá de ter no mínimo 59 anos. Em 2011, a idade mínima fica em 60 anos e, em 2013, 61.

Entre os integrantes Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a Itália é o país onde os trabalhadores se aposentam mais cedo. Gastando quase 14% do PIB com aposentadorias, a reforma não irá alterar esse quadro mas, mesmo assim, nada indica que o resultado do referendo provocará uma mudança na posição dos integrantes da Refundação, que pretendem se abster na votação no Parlamento.

Já entre os empresários, a posição dos trabalhadores repercutiu bem. O presidente da poderosa Confindustria,  Luca Cordero di Montezemolo, observou que o resultado demonstra que a proposta é um bom acordo. Assinalou ainda que, a partir de agora, com posições comuns, abre-se uma nova era nas relações entre os industriais e os sindicatos.